Inteligência Artificial identifica lesões cerebrais em pacientes com Epilepsia
Algoritmo conseguiu identificar 64% das anormalidades relacionadas à doença que médicos não conseguiram localizar em exames

Inclinados a criar um mecanismo que detectasse anormalidades no cérebro de pessoas que convivem diariamente com a Epilepsia, uma equipe internacional de pesquisadores se uniu para lançar uma ferramenta baseada em Inteligência Artificial (IA) com o intuito de melhorar a vida dos pacientes. A ferramenta permite identificar lesões cerebrais associadas à Displasia Cortical Focal, uma anormalidade que afeta o córtex cerebral, responsável por funções que incluem a memória e a sensação.
Essa condição é extremamente difícil de ser refletida em exames normais, porque as suas manifestações além de serem poucas, são bastante sutis. Porém, apesar de sua difícil detecção no cérebro, a Displasia Cortical Focal tem tratamento e pode ser realizado por meio de fármacos, imagens radiológicas e características histológicas distintas, que podem ajudar a atenuar as convulsões epilépticas.
Segundo reportagem da CNN Brasil, para a obtenção dos resultados, foi realizada uma análise de dados da ressonância magnética de 1.185 participantes, sendo 703 pessoas com Displasia Cortical Focal e 482 controles. Além dessa investigação, também foi desenvolvida técnicas de aprendizado de máquinas e, uma ferramenta chamada MELD Graph, conseguiu detectar com a varredura diversas anormalidades no cérebro dos voluntários.
No final dos testes, a ferramenta foi capaz de identificar 64% das lesões cerebrais ligadas à Epilepsia que os médicos radiologistas não haviam conseguido detectar por meio de outros exames. Assim, espera-se que no futuro o mecanismo possa atender e melhorar a vida de 4 milhões de pessoas que possuem a doença.
A reportagem da CNN Brasil também informou que a pesquisa de colaboração internacional foi conduzida pelo Consórcio Enigma, uma rede de cientistas que trabalham nas áreas de Neurologia, Psiquiatria e Genômica de Imagem. Desde o seu surgimento, o grupo busca compreender a função do cérebro e a sua estrutura com base em dados genéticos e nos próprios pacientes não somente de Epilepsia, mas também de Autismo, Alzheimer, Parkinson etc.
(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob a supervisão de Enderson Oliveira, editor web em Oliberal)
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