Rapto de estudante gera reflexão sobre protocolo de segurança das escolas
De acordo com o Companhia Independente de Policiamento Escolar, também é essencial que os pais estejam mais próximos à vida estudantil dos filhos
O rapto de estudante de nove anos da Escola Estadual de Ensino Fundamental 15 de Outubro, no Guamá (Belém), nesta segunda-feira (1), deixou duas importantes reflexões para a segurança escolar: pais devem estar mais presentes na rotina estudantil de seus filhos e os protocolos de segurança para acesso às escolas devem ser constantemente avaliados. A ponderação é da comandante da Companhia Independente de Policiamento Escolar (Cipoe), da Polícia Militar do Pará, major Simone Francesa Pinheiro das Chagas.
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"A principal reflexão dessa história, que felizmente teve um final feliz, é que os pais devem estar mais presentes nessa rotina escolar. Protocolos se segurança escolar devem ser sempre revistos. Deve haver orientação para o controle da entrada e saída de funcionários, alunos, visitantes", disse a major Simone.
"Por isso a Cipoe sempre aconselha que exista um livro de registro de ocorrências. É uma ferramenta que pode dar subsídios para possíveis investigações. Nesse caso, não foi cobrada nenhuma identificação da mulher que a levou. Foi apenas autorização verbal", acrescentou.
A ocorrência foi denunciada à Cipoe pela direção do estabelecimento, por volta das 17h. Ela estava na aula de educação física quando foi liberada para ir embora com uma mulher não identificada que afirmou ser amiga de academia da avó-mãe da vítima, Maria Cristina Souza (46). A mulher ainda disse que foi buscar a menina porque a avó-mãe estava internada. Segundo a Cipoe, a situação foi facilitada porque não houve rigor na cobrança de documentação.
A estudante foi encontrada por volta das 20h30, na Praça Amazonas, no bairro do Jurunas, pela própria avó-mãe, que estava dentro de um ônibus quando avistou a neta com a desconhecida. A Cipoe realizou várias rondas e contou com o apoio do 20º Batalhão de Policia Militar para realizar o resgate em segurança. Ao perceber a movimentação das viaturas, a sequestradora fugiu em um carro acompanhada por um homem também não identificado.
RESPEITO À BUROCRACIA DAS ESCOLAS
Outra recomendação da Cipoe é que a maior aproximação dos pais ou responsáveis deve respeitar a burocracia exigida. Aqueles que são divorciados e que revezam os dias de buscar o filho devem informar à instituição todas as informações necessárias.
"O processo do fomento à segurança escolar precisa da proximidade dos pais. Se são separados e há revezamento para buscar o filho, esse processo precisa ser repassado efetivamente à escola. Quando realizamos as palestras, temos a preocupação de orientar que a família não tenha resistência sobre esse rigor de controle", pontuou.
PRIMEIRO REGISTRO NA CIDADE
Não há registros de outros raptos desse tipo na área da ocorrência nem em Belém, segundo a Companhia, que não conseguiu identificar qual seria a intenção da mulher. A criança relatou à equipe de resgate que não sofreu nenhum tipo de violência e que não conhecia a mulher, mas que houve ameaça de ter seus cabelos cortados para disfarçar a fulga.
PROCESSOS FALHOS NA SEGURANÇA ESCOLAR
"A criança foi de inocente. Esse protocolo de acesso tem que ser sempre monitorado. Sobre quem vai buscar os estudantes. Quando falamos em processos falhos, ocorrem, muitas vezes, diante da rotina. Acaba cansando fazer a mesma coisa. E pode ter falha em alguns processos. Geralmente a criança é identificada pelo uniforme, mas também existe espaços que exigem a apresentação de uma carteirinha. É importante para uma identificação mais pontual", sugeriu a comandante.
PREVENÇÃO
Não há ingerência nem participação da Cipoe na construção do protocolo de segurança interno das unidades escolares. No entanto, realiza um efetivo trabalho de prevenção.
"Não temos como determinar o protocolo adotado por cada escola, mas trabalhamos no processo de contrução do plano de segurança escolar. Ministramos palestras. Uma das ações é orientar pais e a comunidade escolar sobre os cuidados necessários na hora de liberar a criança. Orientação para os agentes de portaria", detalhou a major.
Qualquer informação sobre os responsáveis pleo rapto pode ser denunciada ao Centro Integrado de Operações (Ciop), por meio do número 190, ou ao Disque-denúncia, por meio do número 181.
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