Secretaria de Saúde alerta sobre síndrome 'mão-pé-boca' no Pará

Síndrome é causada pelo mesmo gênero de vírus que a varicela e pode ser confundida com um caso de catapora

Redação Integrada com informações da Agência Pará

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta as secretarias municipais de saúde, os profissionais de saúde e a população em geral sobre o registro de casos da síndrome mão-pé-boca no Pará.

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A síndrome é causada pelo vírus Coxsackie, do gênero dos enterovírus, o mesmo da varicela, o que tem levado alguns pais e profissionais de saúde a acharem que estão diante de um caso de catapora. Por isso é fundamental fazer o diagnóstico diferencial com as doenças que causam sinais e sintomas semelhantes.

Os principais sinais e sintomas da doença são: febre alta, surgimento de manchas vermelhas com vesículas branco-acizentadas na boca, amídalas e faringe, que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas; erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital; mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia. Por causa da dor, há dificuldade para engolir e muita salivação.

Segundo a enfermeira epidemiologista e coordenadora do Cievs, Daniele Nunes, o vírus Coxsackie habita normalmente o sistema digestivo e também pode provocar estomatites (aftas na mucosa da boca). “O nome da doença se deve ao fato de que as lesões aparecem mais comumente em mãos, pés e boca. Embora possa acometer também os adultos, ela é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade”, informou Daniele.

Ela disse, ainda, que nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. “Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes”, observou a epidemiologista.

A transmissão ocorre pela via oral/fecal, por meio do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então por meio de alimentos e de objetos contaminados. “Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. O período de incubação oscila entre um e sete dias. Na maioria dos casos, os sintomas são leves e podem ser confundidos com os do resfriado comum”, explicou Daniele. “O período chuvoso também contribui para a sua propagação", acrescentou.

Não existe vacina contra a mão-pé-boca e, em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, a doença regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, tratam-se apenas os sintomas. “Medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta”, orientou a epidemiologista.

No que tange aos cuidados com o doente, deve ingerir alimentos pastosos, como purês e mingaus, assim como gelatina e sorvete, por serem mais fáceis de engolir; também é importante consumir bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água, que são indispensáveis para manter a boa hidratação do organismo. Os familiares devem lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro.

Em relação às medidas preventivas para evitar a propagação da doença, deve-se evitar o contato muito próximo com o paciente; cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir; manter um nível adequado de higienização da casa, das creches e das escolas; não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos; afastar as pessoas doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas (geralmente 5 a 7 dias); lavar com água e sabão as superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes dos indivíduos doentes e, logo depois, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água pura (uma colher de sopa de água sanitária diluída em quatro copos de água limpa); e descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas.


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