MENU

BUSCA

Vítimas de violência sexual serão prioridade na vacinação contra HPV

Anteriormente, a vacina era administrada apenas a crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, e a indivíduos de 9 a 45 anos com condições clínicas especiais

Rayanne Bulhões

Vítimas de violência sexual entraram no grupo prioritário para a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). A medida tem como objetivo garantir proteção a indivíduos com idades entre 9 e 45 anos que ainda não receberam a vacina ou não completaram o regime de imunização contra o vírus. A informação foi comunicada pelo Ministério da Saúde.

Anteriormente, a vacina era administrada apenas a crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, e a indivíduos de 9 a 45 anos com condições clínicas especiais, tais como aqueles vivendo com HIV/Aids, receptores de transplantes de órgãos sólidos ou medula óssea, e pacientes em tratamento oncológico ou imunossupressor. A decisão de ampliar o público-alvo segue recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Associação Pan-Americana de Infectologia (API). A taxa de cobertura vacinal tem declinado no Brasil, mesmo entre o público-alvo prioritário de crianças e adolescentes.

VEJA MAIS

Hábitos sexuais podem ser a causa do aumento nos casos de câncer na garganta; veja sinais de alerta
Os serviços de saúde tem notado um aumento, em níveis epidêmicos, de casos relacionados às infecções sexuais por HPV

Pará registra 71 casos de câncer uterino; Ministério da Saúde lança nova estratégia contra doença
A vacinação contra o HPV e o uso de preservativos são as formas mais eficazes de prevenção

Transtorno Dissociativo de Identidade: saiba o que é a condição da múltipla personalidade
O desequilíbrio psicológico causa alterações na percepção de si mesmo

De acordo com uma nota técnica do Ministério, a oferta da vacina contra o HPV será incorporada imediatamente ao protocolo de atendimento existente, e será administrada nos centros de saúde do SUS que prestam assistência às vítimas de violência sexual. No contexto de saúde indígena, se a unidade de atendimento inicial não possuir sala de vacinação, as equipes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) devem se organizar para oferecer a vacina. A Lei nº 12.845/2013 assegura o atendimento obrigatório, integral, imediato e multidisciplinar a pessoas em situação de violência sexual em todos os hospitais da rede SUS, visando ao controle e tratamento das complicações físicas e psicológicas.

O que é o HPV? 

O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais prevalente globalmente e está associado a 80% dos casos de câncer do colo do útero, bem como a mais da metade dos casos de câncer de vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além disso, o HPV é responsável por 90% das verrugas genitais. A vacina quadrivalente contra o HPV está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e protege contra as principais complicações gratuitamente.

Qual o percentual de doses aplicadas contra o HPV? 

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde em fevereiro demonstraram que em 2019, 87,08% das meninas entre 9 e 14 anos receberam a primeira dose da vacina, porém essa cobertura caiu para 75,81% em 2022. No caso dos meninos, a cobertura diminuiu de 61,55% em 2019 para 52,16% em 2022.

Sobre a "Violência Sexual"

Um boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde sobre à violência sexual, revelou que entre 2015 e 2021, 202.948 casos envolvendo crianças e adolescentes foram notificados, sendo que somente em 2021 houve 35.196 notificações, o maior número dentro do período analisado. Em São Paulo, 30% das vítimas de violência sexual atendidas em serviços especializados desenvolveram lesões causadas pelo HPV.

Saúde