Unicef alerta: uma em cada cinco crianças não tomou vacina ou não completou esquema vacinal

Essa falta de imunização representa o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos

O Liberal
Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou recentemente o relatório "Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação", que revela que uma em cada cinco crianças em todo o mundo não recebeu nenhuma vacina ou não completou o esquema de doses necessário para ficar completamente imunizada contra doenças preveníveis. Essa falta de imunização representa o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos.

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De acordo com o relatório, sete em cada oito meninas elegíveis para a vacinação contra o HPV não receberam a dose, que protege contra o câncer do colo do útero, enquanto uma em cada cinco crianças no planeta não foi vacinada contra o sarampo. O documento aponta que 67 milhões de crianças perderam por completo ou parcialmente a chamada imunização de rotina no período entre 2019 a 2021.

A pandemia de covid-19 agravou essa situação, pois sobrecarregou os sistemas de saúde, faltaram recursos e houve mudanças na percepção sobre a importância das vacinas. Além disso, as crianças que não estão recebendo vacinas vivem nas comunidades mais pobres, remotas e vulneráveis. O relatório identificou que as coberturas vacinais caíram em 112 países, e as crianças não vacinadas vivem frequentemente em comunidades de difícil acesso, tais como zonas rurais ou favelas urbanas.

Para ser considerada imunizada, a criança precisa tomar todas as doses recomendadas da vacina, incluindo os reforços, quando houver necessidade. No caso da DTP, a tríplice bacteriana contra difteria, tétano e coqueluche, o esquema é composto por três doses, aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses. Para retomar as coberturas vacinais, o Unicef classifica como vital fortalecer a atenção primária e fornecer recursos e apoio aos trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente.

Ainda segundo o relatório, as mulheres estão na linha de frente da distribuição de vacinas, mas recebem baixos salários; têm empregos informais; e enfrentam falta de treinamento formal, oportunidades de carreira, além de ameaças à sua segurança. O Unicef cobra que os países identifiquem e alcancem urgentemente todas as crianças, sobretudo as que perderam a vacinação durante a pandemia de covid-19.

O Unicef pede que governos do mundo todo fortaleçam a demanda por vacinas, construindo confiança entre a população; priorizem o financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde; e reforcem seus sistemas de saúde, incluindo investimento e valorização de profissionais de saúde. As vacinas salvam cerca de 4,4 milhões de vidas todos os anos, e o Unicef acredita que esse número pode chegar a 5,8 milhões até 2030 se as metas de imunização forem alcançadas.

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