Tuberculose: interromper o tratamento pode levar à resistência bacteriana, alerta pneumologista

Entenda o que é a doença, além de formas de transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção

Eva Pires*
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A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamada de bacilo de Koch. Embora a doença atinja prioritariamente os pulmões, ela pode acometer outros órgãos e sistemas. A pneumologista Lúcia Sales alerta para a importância de completar o tratamento na duração indicada pelo médico, uma vez que a interrupção pelo paciente pode gerar uma resistência bacteriana aos medicamentos. Além disso, ela discute sobre a transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamentos e prevenção da doença.

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Formas de transmissão

A tuberculose é uma doença infecciosa que pode ser transmitida diretamente de uma pessoa para outra por meio de tosse e espirro, se não forem adequadamente protegidos por quem faz o ato, é o que explica a médica.
Somado a isso, falar alto perto de outra pessoa também pode resultar na disseminação do bacilo no ambiente. Durante esses atos, partículas contendo o bacilo são liberadas no ar próximo, podendo ser inaladas por outra pessoa e, assim, causar a contaminação e possível desenvolvimento da doença.

Sintomas

A especialista destaca que o principal sintoma é a tosse prolongada com duração de mais de duas semanas, seja ela com ou sem secreção. Podem haver outros sinais e sintomas como a febre ou até o emagrecimento. Mas o que realmente sinaliza o risco é a tosse prolongada que, às vezes, é entendida por muitos como tosse alérgica, mesmo sem o devido diagnóstico de alergia.

Diagnóstico

De acordo com a pneumologista, o diagnóstico é baseado na pesquisa do bacilo no escarro expectorado pelo paciente, já que a maioria dos pacientes tem produção de secreção. É um exame simples e rápido, feito em qualquer posto de saúde. Em casos especiais, onde existe uma hipótese diagnóstica forte mas não há a presença de secreção para ser examinada, há outras alternativas mais específicas que podem ser orientadas pelo médico.

Tratamento

O tratamento é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) em qualquer posto de saúde. Ele é realizado por medicação fornecida pelo próprio posto de saúde durante um período especificado, seis meses em média, podendo ser prolongado de acordo com as cacterísticas de cada caso.

A médica informa que o tratamento é feito com acompanhamento, no qual o paciente deve ir ao posto de saúde mensalmente buscar as medicações e também passar por avaliação da equipe de saúde.

"O principal é que o paciente não deve interromper o uso do medicamento. O tratamento cura a doença na grande maioria dos casos. No entanto, quando interrompido, o paciente pode desenvolver resistência bacteriana às medicações existentes", adverte.

Ela completa reforçando que em caso de dificuldade com a medicação, a unidade de saúde deve ser novamente procurada pelo paciente para as orientações devidas, porque sempre há chance de adequar o processo de acordo com os sintomas eventualmente apresentados durante o tratamento.

Prevenção

"Uma maneira de prevenção significativa é toda pessoa que for tossir ou espirrar proteger a própria boca, evitando, assim, a disseminação para o ambiente das próprias gotículas emitidas durante o ato", orienta a pneumologista.

Ela conclui afirmando que outra medida de prevenção, que cabe aos serviços de saúde, trata-se da busca dos sintomáticos respiratórios, ou seja, aquelas pessoas que estão com sintomas respiratórios de tosse por mais de duas semanas. Essas pessoas devem ser examinadas com o objetivo de tentar identificar um potencial paciente com a doença. E, especialmente, após feito esse diagnóstico, deve ser buscado nos contatantes - pessoas próximas ao paciente - a presença da doença.

*(estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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