VÍDEO: Jovem viraliza ao utilizar fezes em skincare; veja os riscos à saúde
A "skincare" de Débora Peixoto viralizou pela forma diferente de cuidar da pele. Entenda os riscos e os bastidores dessa prática incomum de cuidados com a beleza.
Uma mulher brasileira, chamada Debora Peixoto, de 30 anos, viralizou nas redes sociais após compartilhar um vídeo fazendo skincare com fezes, a qual teria aprendido em um estudo que promete rejuvenescimento da aparência. "Maior loucura que fiz na vida, passei minhas fezes no rosto, agora ele não quer ficar perto de mim. Vi uma pesquisa sobre isso e resolvi tentar", diz a legenda da publicação no Instagram de Debora.
No entanto, essa prática traz sérios riscos, que geralmente não vistos em primeiro momento de contato com a pele.
Riscos
O dermatologista Abdo Salomão, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da American Academy of Dermatology (Academia Americana de Dermatologia, em inglês), explicou ao portal O Globo que a aplicação de fezes na pele pode inicialmente causar uma leve sensação de contração na pele, como se fosse um repuxamento. No entanto, o uso do excremento como cosmético pode gerar problemas cutâneos.
"A quantidade de bactérias que existem nas fezes fazem as chances de você ter uma infecção na face ser altíssima. Outra questão é isso se tornar uma erupção acneiforme ou uma erisipela. Sem contar a proximidade com a boca. Se você ingerir essas bactérias, pode ter gastroenterite", afirma o dermatologista.
O especialista ressalta que não há respaldo na literatura médica para o uso de fezes naturais como cosmético. Ele considera essa prática anti-higiênica e sem qualquer benefício comprovado. "Posso afirmar com o total segurança que esse tipo de aplicação não tem garantia de segurança e nem de eficácia. Não recomendo fazer isso de forma nenhuma", adverte o especialista.
Posso fazer skincare com fezes?
Na mesma publicação do vídeo em que aplica seus próprios dejetos por todo o rosto, Debora responde às críticas sobre a autenticidade da prática, mencionando uma reportagem sobre o banco de fezes criado pela Universidade de Harvard.
"Uma coisa é você pegar a microbiota presente nas fezes, purificar isso, e usar para um efeito terapêutico. Outra coisa é você pegar suas próprias fezes in natura e passar no rosto. Então, o estudo defende um tratamento, mas ela tá fazendo outra coisa completamente diferente", esclarece Salomão.
(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)
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