Remédio contra covid-19: novo medicamento começa a ser testado no Brasil
Uma única injeção de Interferon lambda reduziu pela metade as chances de um paciente com Covid ir para o hospital
Um medicamento experimental que atua no sistema imunológico contra a covid-19 e suas variantes tem gerado ótimos resultados! Isso é o que revelam pesquisadores que defendem a eficácia do remédio Interferon lambda peguilado, capaz de reduzir pela metade as chances de internação por agravamento de covid-19 com uma dose única em pacientes com quadro leve do vírus. Além de ser eficiente, o medicamento também chama a atenção por ser uma opção mais simples e, talvez, mais barata.
Os resultados da pesquisa foram publicados no dia 9 de fevereiro pela revista científica 'The New England Journal of Medicine', após ensaio clínico de fase 3 Together realizado com pacientes do Brasil e Canadá, entre 2021 e 2022.
No estudo, participaram cerca 2 mil voluntários que testaram positivo para a Covid, mas com sintomas leves a moderados. Os pacientes receberam atendimento pela rede pública de saúde e 84% deles estavavam com a vacinação anticovídica em dia. A pesquisa consistia em comparar os resultados de tratamento com Interferon lambda e com placebo e o resultado mostrou a redução de 51% das hospitalizações entre pacientes que reberam o medicamento experimental e estavam vacinados. Saiba mais sobre o Interferon lambda peguilado.
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O que é Interferon lambda peguilado?
O Interferon lambda é um medicamento experimental, ainda não comercializado, que atua no sistema imunológico para combater o vírus da covid-19. A medicação é feita através de uma injeção, aplicada diretamente no umbigo do paciente.
A princípio, havia sido desenvolvido para estudos clínicos contra os vírus causadores das hepatites B, C e D, na África. O remédio surpreendeu após os resultados positivos em pacientes com Covid e mostrou eficácia contra as variantes, incluindo a ômicron.
Quando o Interferon lambda vai ser aprovado?
Embora o Interferon lambda tenha se mostrado eficaz, o medicamento não tem previsão para ser aprovado. Por resistência da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora que cuida da saúde pública nos Estados Unidos, que não autorizou o uso do medicamento, mesmo em casos de emergência. Por ter execução de pesquisadores acadêmicos, e não por farmacêutica, essa aprovação acaba sendo impedida por uma série de burocracias.
No Canadá, a aprovação é mais provável, pela Health Canada, onde o estudo foi realizado. Isso poderia facilitar sua comercialização, mas a decisão continua ainda sem previsão. A aprovação no Brasil também é indefinida, já que nenhum laboratório ou farmacêutica solicitou o uso do medicamento para a Anvisa.
(*Estagiária Hannah Franco, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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