Raios solares impactam na expressão e na saúde da pele dos paraenses? Veja os cuidados necessários
O contato com a luz solar é benéfico, porém, como a exposição em Belém e no Pará é muito constante, a expressão facial e a pele podem ser impactadas, além do risco do surgimento de problemas e doenças graves, como câncer
Na Amazônia, a relação dos habitantes com os raios solares pode ser conflituosa, mesmo com os muitos benefícios para a saúde. O sol, segundo a médica dermatologista Dra. Tércia Campos, “é um grande aliado à saúde geral e bem-estar do ser humano, melhora o humor, possibilita momentos de lazer ao ar livre, regula o ciclo do sono, mas também pode causar grandes prejuízos à pele, portanto, o equilíbrio é fundamental.”
A especialista explica que, entre as vantagens à exposição aos raios UVA e UVB, está a síntese da vitamina D, essencial para o metabolismo de músculos e ossos e o sistema imunológico. Entretanto, é necessário estar atento às formas e ao tempo em que se fica exposto ao sol.
VEJA MAIS
O alerta não é por acaso: dados do Ministério da Saúde apontam que o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, correspondente a cerca de 30% dos tumores malignos no país. Um dos fatores de risco da doença é a exposição prolongada e repetida ao sol sem proteção adequada. Devido a esse contexto, a dermatologista ressalta que o uso do protetor solar diariamente não prejudica a produção adequada de vitamina D e é ação recomendada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Uma pesquisa do órgão, divulgada em 2020, apontou que mais de 60% dos brasileiros se expõem ao sol sem proteção.
A hidratação regular da pele ajuda também a manter a saúde do órgão e a minimizar os impactos negativos da luminosidade solar e do calor na expressão facial. Cuidar da pele e proteger os olhos não só melhora o conforto diário, mas também contribui para a manutenção de uma aparência mais jovem e saudável a longo prazo.
Envelhecimento precoce e impactos na expressão facial
Um dos impactos da forte e constante exposição solar na pele é o fotoenvelhecimento. A dermatologista Tércia Campos esclarece que o envelhecimento cutâneo é algo natural e esperado, mas que a exposição exagerada aos raios solares provoca desgaste precoce no órgão. “Existem dois tipos de envelhecimento da pele: o envelhecimento intrínseco, causado essencialmente por fatores genéticos, hormonais e metabólicos que levam a perda progressiva de colágeno, diminuição da hidratação natural e atrofia da pele. Há também o envelhecimento extrínseco, representado principalmente pelo fotoenvelhecimento cutâneo, provocado pela exposição crônica a radiação ultravioleta (UVA e UVB) do sol”, diz.
Entre os sinais de envelhecimento da pele, especialmente provocado pelo sol, está o surgimento de linhas finas, rugas e flacidez. Dessa forma, há mudança na textura e no aspecto do rosto e corpo. Segundo o Ibope Inteligência, com a pesquisa “O Que A Sua Pele Conta”, divulgada em 2015, 94% das mulheres entre 30 e 40 anos têm sinais no rosto que as incomodam. Desse total, em 56% dos casos, o incômodo é relacionado às linhas de expressão, o que não raramente provoca em muitas pessoas uma preocupação muita mais estética que necessariamente ligada à saúde da pele.
Isso também é compreensível, visto que, no Pará e em outras áreas em que há grande presença de luminosidade e raios solares, a expressão facial também é impactada, em menor ou maior escala ao cerrar os olhos ou franzir a testa. É comum que, instintivamente, a face se movimente para proteger a visão do brilho excessivo, o que já gerou até mesmo memes e vídeos de humor na internet, como o seguinte:
Memes virais e brincadeiras à parte, de forma séria e correta é preciso notar que esse esforço constante pode gerar a formação de linhas de expressão ao longo do tempo e se associar com o processo de envelhecimento da pele, como a formação de rugas e manchas anteriormente citadas.
Por isso, ter atenção e os cuidados adequados são ações cada vez mais essenciais, para, assim, minimizar esses efeitos negativos e “ter uma boa relação com o sol, reconhecendo que ele não deve ser considerado um vilão quando respeitamos sua intensidade e adotamos medidas adequadas de fotoproteção”, como conclui Dra. Tércia Campos.
(*Lívia Ximenes, estagiária, e Enderson Oliveira, editor web de OLiberal.com)