Proteínas encontradas no sangue podem indicar câncer com 7 anos de antecedência, aponta estudo
Pesquisadores da Oxford Population Health apontam que essas proteínas podem estar envolvidas nas fases iniciais de diferentes tipos de câncer
Um grupo de pesquisadores da Oxford Population Health divulgou o resultado de um estudo em que proteínas presentes no sangue podem indicar risco de diferentes tipos de câncer com mais de sete anos de antecedência. A revelação foi divulgada na última quarta-feira (15), na revista científica Nature Communications.
Na análise, foram identificadas 618 associações proteína-câncer atreladas a 19 tipos da doença, das quais 107 foram recolhidas mais de sete anos após a coleta de sangue, 29 de 618 foram associadas em análises genéticas e quatro tiveram suporte de longo tempo para diagnóstico, mais de 7 anos. Os pesquisadores apontam que essas proteínas podem estar envolvidas nas fases iniciais do câncer.
A equipe acredita que a descoberta dessas proteínas podem ser utilizadas para detectar o câncer precocemente, viabilizando, assim, um tratamento mais célere e efetivo, bem como, desenvolver mecanismos para prevenir o desenvolvimento da doença.
Metodologia usada no estudo
Os pesquisadores colheram amostras de 500 mil pessoas adultas, com faixa etária que variou entre 39 a 73 anos, entre os anos de 2006 a 2010. Eles utilizaram uma técnica chamada proteômica, que permite que os cientistas analisem um grande conjunto de proteínas em amostras de tecidos de uma só vez.
Inicialmente, os cientistas analisaram amostras de sangue do UK Biobank — banco de dados do Reino Unido — que foram colhidas de um público com mais de 44 mil pessoas, incluindo 4.900 indivíduos diagnosticados com câncer posteriormente. Com isso, foi possível analisar um conjunto de 1.463 proteínas de uma única amostra de sangue de cada pessoa. Os pesquisadores compararam as proteínas de pessoas diagnosticadas com câncer com as que não foram, visando procurar diferenças entre elas e descobrir quais poderiam estar associadas ao risco de desenvolver a doença.
Após a análise, os pesquisadores identificaram 182 proteínas que diferiam no sangue dos participantes com câncer três anos antes do diagnóstico.
No segundo estudo, os cientistas analisaram dados genéticos de mais de 300 mil casos de câncer para se aprofundarem nas proteínas do sangue que estavam envolvidas no desenvolvimento da doença e que poderiam ser alvo de novos tratamentos. Os cientistas encontraram 40 proteínas no sangue que influenciam no risco de uma pessoa contrair nove tipos diferentes de câncer.
É preciso mais estudos
A equipe de pesquisadores esclarece que apesar dos resultados divulgados na pesquisa, são necessários mais estudos para desvendar o papel exato dessas proteínas no desenvolvimento do câncer.
Além disso, uma maior investigação poderia auxiliar a entender quais são as melhores proteínas para realizar novos testes, os testes poderiam ser desenvolvimento para detectar essas proteínas de forma clínica e quais medicamentos poderiam ser alvo desses componentes.
Fonte: CNN Brasil
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