Projeto garante abraço entre pacientes com covid-19 e familiares em Santarém
Na 'Cabine do Amor', proteção plástica, luvas e capotes permitem o contato físico com pacientes estáveis do Hospital de Campanha de Santarém
O Hospital de Campanha de Santarém (HCS), que trata casos de covid-19 na Escola Estadual Maria Uchoa Martins, no oeste paraense, lançou, nesta sexta-feira (19), o projeto "Cabine do Amor", que busca aproximar pacientes aos respectivos familiares. A iniciativa, por meio do Governo do Estado e da Prefeitura de Santarém, permite que os pacientes com quadro clínico estável possam abraçar alguns familiares, tendo uma proteção plástica intermediando o toque físico.
Nesse primeiro dia, quando o HCS completou um mês, cinco pacientes participaram da primeira sessão do projeto. Houve uma avaliação técnica feita pelo corpo clínico do hospital, que definiu quantos deles estariam em condições clínicas e sanitárias para a ação. Além da proteção plástica, pacientes e familiares utilizam luvas e capotes durante o contato.
Juliana Souza dos Santos foi visitar a mãe dela, Joanice Sousa dos Santos (65), que está internada há seis dias. Apesar de receber boletins médicos diários, a filha disse que é incomparável a sensação de poder abraçar a mãe, mesmo usando uma barreira física.
"A gente reforça a nossa confiança e a nossa esperança quando vemos ela bem cuidada, amparada e todo o suporte oferecido. Eles ficam no isolamento, então para eles é tão fundamental quanto para nós. Isso acelera a recuperação", relatou Juliana.
Felicidade
Psicóloga do Hospital de Campanha, Narjara Dantas explicou que a iniciativa surgiu durante o diálogo com os pacientes. Eles relataram sentir felicidade ao falar com os familiares por meio de videochamadas. E saudade do olho no olho e do abraço. "Com essa provocação dos pacientes fui pesquisar o tema. Vi que na Itália teve um projeto do tipo chamado Cortina do Abraço", destacou.
"Segui pesquisando, montei o projeto e apresentei para a diretoria que aprovou. O abraço é importante, porque libera o hormônio do amor e faz as pessoas se sentirem importantes, seguras e amadas. Sabíamos que íamos fazer bem aos pacientes, mas confesso que fiquei surpreendida por fazer tão bem", frisou a psicóloga.