Pesquisa desvenda quase 700 variações genéticas relacionada à Depressão
O estudo é considerado o mais variado já realizado sobre a genética da doença

Uma equipe de cientistas de diversos países identificaram fatores genéticos de risco para a Depressão em populações de diferentes origens genéticas, a descoberta possibilita prever quais são os riscos da doença em indivíduos de qualquer etnia. De forma específica, as observações identificaram 697 variações genéticas que estão ligadas à doença, sendo que 300 delas nunca haviam sido identificadas.
Na maioria das vezes, esse tipo de estudo conta com a participação predominante de pessoas com ancestralidade europeia, mas dessa vez foi possível haver a inclusão de indivíduos com ancestralidade genética miscigenada, o que torna os resultados da pesquisa mais importantes para o Brasil. Sendo assim, essa medida marca um avanço científico muito significativo para a igualdade de voluntários em estudos.
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A pesquisa foi uma oportunidade de destacar a necessidade de mais estudos realizados de forma colaborativa com cientistas de outras nações. Além disso, espera-se que as informações obtidas também sirvam de base para novos tratamentos da Depressão, já que foi desenvolvido um extenso banco de dados com centenas de milhares de variáveis, possibilitando assim, mais análises detalhadas e a formulação de novas perguntas relacionadas à saúde mental.
Esse tipo de estudo também oferece novas pistas sobre como a Depressão afeta o cérebro e pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes voltadas à doença. Ademais, a pesquisa permitirá auxiliar na adaptação de medicamentos existentes para tratar a doença, em que alguns podem ser reaproveitados, porque já são utilizados para tratar distúrbios do sono e dor crônica, por exemplo.
Para alcançar esses resultados, os pesquisadores analisaram dados de mais de 5 milhões de pessoas em 29 países, por meio de registros encontrados na Coorte Brasileira de Alto Risco para Transtornos Mentais, em um estudo com participação do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM) e em um projeto especial da Fapesp, que foi sediado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP).
(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob a supervisão de Enderson Oliveira, editor web em Oliberal.com)
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