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Perimenopausa: saiba o que é, sintomas, tratamentos e importância do acompanhamento médico

Também chamada de pré-menopausa ou climatério, é uma fase entre a vida reprodutiva e a menopausa. Especialista explica como essa transição afeta a saúde da mulher e quais cuidados são recomendados

Hannah Franco | Especial em OLiberal

menopausa é inevitável, mas não há nada a temer. Apesar de ser um processo natural na vida da mulher, ainda existe uma grande falta de informação sobre o tema. Para muitas, a surpresa começa ao perceber que os primeiros sinais da menopausa podem surgir anos antes do fim da menstruação, no período chamado perimenopausa. Mas, afinal, o que isso significa?

A perimenopausa, também conhecida como pré-menopausa ou climatério, é a fase de transição entre a vida reprodutiva e a menopausa. A ginecologista e sexóloga, Dra. Gisele Teixeira, explica a diferença entre as fases “A menopausa é uma data que marcamos quando a mulher completa um ano sem menstruar. Já a perimenopausa, ou climatério, pode começar até 10 anos antes da menopausa, com oscilações hormonais significativas. Em alguns momentos, os ovários produzem muito hormônio, em outros, quase nada”, detalha a médica.

Segundo ela, a média da menopausa no Brasil é entre 48 e 50 anos, mas a partir dos 38 ou 40 anos já podem ocorrer essas alterações hormonais, sendo possível até mesmo iniciar a reposição hormonal. 

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Para a empresária Iara Vasconcelos, de 47 anos, o desconhecimento sobre a perimenopausa tornou essa transição ainda mais desafiadora. "Quando eu fiz 40 anos, brinquei que já estava na menopausa, mas não fazia ideia do que viria pela frente. Como sabemos, não existe uma idade certa para essa fase, mas os 40 anos eu considerei meio que como uma virada de chave", compartilha.

Sintomas e impactos na qualidade de vida

Durante esse período, ocorrem oscilações hormonais que podem desencadear uma série de sintomas. Ondas de calor, alterações de humor, menstruação irregular e dificuldades para dormir estão entre os mais comuns. Iara relata que passou a sentir sintomas que nunca havia experimentado antes. "Agora sinto mais ondas de calor e uma agonia que não sei de onde vem. O ciclo menstrual também está irregular", conta. Essas manifestações estão diretamente ligadas às flutuações dos níveis de estrogênio, características da perimenopausa.

Ela conta que notou alterações no humor e no bem-estar emocional devido às mudanças hormonais, mas buscou apoio especializado para enfrentar a transição de forma mais tranquila. "Quando a gente busca ajuda especializada, o caminho se torna menos doloroso. Tenho acompanhamento de ginecologista e nutricionista e realizo check-ups anuais com diversos especialistas", afirma.

Segundo dados do IBGE, aproximadamente 30 milhões de mulheres no Brasil estão na faixa etária do climatério e menopausa, representando 7,9% da população feminina. No entanto, apenas cerca de 238 mil foram diagnosticadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para lidar com os sintomas, Iara apostou em uma combinação de estratégias que incluem dieta equilibrada, prática de exercícios físicos e o uso de um DIU (Dispositivo Intrauterino), recomendado por sua ginecologista como uma forma de facilitar a transição para a reposição hormonal futura. "Ainda estou na fase de adaptação ao dispositivo. Os primeiros dias foram desafiadores, com cólicas intensas e vontade de desistir, mas, com orientação médica, estou conseguindo progredir bem", detalha.

A ginecologista explica que "o DIU pode ser um método anticoncepcional, mas se for hormonal, pode auxiliar no tratamento de sangramentos uterinos intensos, cólicas menstruais e até endometriose. Ele age localmente no útero e tem duração de cinco anos".

Acompanhamento médico faz toda a diferença

A especialista Gisele Teixeira destaca que o acompanhamento médico adequado é fundamental. “É essencial contar com um profissional que saiba manejar essa fase, oferecendo suporte com suplementação, vitaminas e, quando necessário, reposição hormonal”, reforça Dra. Gisele.  

Ela também fala da importância de não esperar pela interrupção completa da menstruação para buscar tratamento. “A principal fase em que a mulher precisa de acompanhamento é a perimenopausa. Ninguém conta para ela o que está acontecendo, e as mudanças vão sendo normalizadas no dia a dia. Mas é possível passar por essa transição com mais qualidade de vida e bem-estar”, conclui.  

Iara compartilha do mesmo pensamento e enfatiza que o assunto ainda é um tabu. "A peri nos prepara para menopausa, uma fase que pode ser muito dura para muitas mulheres. Quem dera que todas tivessem a oportunidade de ter acompanhamento especializado como eu estou tendo", reflete Iara. "Precisamos de orientação humanizada e empatia. Menopausa não é frescura. As dores da menopausa não são frescuras. E não envolvem só a mulher. Envolvem todos os que estão próximos a ela", conclui.

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