Pará é o estado do Norte com menor percentual de médicos por cada mil habitantes, diz pesquisa

O Amazonas aparece em segundo lugar entre os estados do Norte com menor quantidade de médicos, com 1,36 por cada mil

Com mais de 8 milhões de habitantes, o Pará é o estado mais populoso da região Norte, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, possui apenas 10.359 médicos em atuação, o que representa 1,18 profissionais por cada mil habitantes, menor quantidade registrada entre os estados da região. Os dados são do estudo “Demografia Médica no Brasil 2023”, realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O Amazonas aparece em segundo lugar entre os estados do Norte com menor quantidade de médicos, com 1,36 por cada mil habitantes, seguido do Acre, com 1,41, Roraima, com 1,64, Amapá, com 1,84, Rondônia, com 2,12 e Tocantins, com 2,17. Ainda conforme o levantamento, a concentração dos profissionais está, principalmente, no Sudeste do país, que possui 3,39 médicos por cada mil habitantes. No Centro-Oeste são 3,10 profissionais e, no Sul, 2,95. O Nordeste tem 1,93 e o Norte 1,45. 

A diretora da Afya Educação Médica no Pará, Thaís Fernandes, ressalta que os dados reforçam o potencial do estado e da região Norte como um todo, para o desenvolvimento da carreira médica, principalmente na formação de especialistas. Isso se reflete, segundo ela, na grande procura por cursos de pós-graduação, muitas vezes levando os profissionais a buscarem qualificação fora do Estado.

Belém acaba de ganhar uma nova unidade da Afya, maior hub de educação e soluções digitais médicas do Brasil, referência nesse segmento e que já possui duas unidades no Norte, em Manaus e Porto Velho. Thaís Fernandes destaca que, pela “Demografia Médica”, dos 10.359 médicos ativos no estado, 46,4% são generalistas e 53,6% atuam como especialistas. O documento mostra, ainda, que a maior concentração dos profissionais está em Belém, o que acaba gerando um déficit no interior do estado. São 6.986 médicos na capital, 41,8% generalistas e 58,2% especialistas.  “A baixa quantidade de profissionais nos municípios gera uma cadeia de problemas, como a falta de assistência médica especializada e possível sobrecarga na rede de atendimento na capital”, observa.

De acordo com a diretora da Afya no Pará, para todas as áreas da Medicina há demanda no estado e algumas bastante requisitadas têm potencial de expansão. É o caso de especialidades como Endocrinologia, com apenas 94 profissionais ativos, Geriatria com 34 médicos e Nutrologia com 22.

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