O que é Linfoma de Hodgkin? Saiba causas, sintomas, diagnóstico e tratamento da doença

O Instituto Nacional do Câncer, o Inca, estima que entre o período de 2023 e 2025 sejam diagnosticados mais de 3 mil pessoas com linfoma de Hodglin no Brasil

Carolina Mota
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Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Aumentando e dividindo-se de forma acelerada, essas células podem ser muito agressivas e incontroláveis, ocasionando a formação de tumores, e o linfoma é uma dessas doenças.

O linfoma atinge principalmente o sangue, assim como a leucemia. No entanto, enquanto a leocemia tem origem na medula óssea, o linfoma surge no sistema linfático, que é uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos. A doença pode ser diagnostica de duas formas:  linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH). Vale ressaltar que o linfoma de Hodgkin pode acometer tanto crianças como adultos, mas tem uma frequência maior na idade adulta, especialmente na faixa dos 20 anos e após os 55. 

Saiba as causas, os sintomas, o diagnóstico e os tratamentos para o tipo mais severo, linfoma de Hodgkin, que tem como estimativa acometer mais de 3 mil pacientes no Brasil entre 2023 e 2025, com 1.400 pacientes homens e 1.050 mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Confira mais sobre a doença:

O que é o linfoma de Hodgkin?

O linfoma de linfoma de Hodgkin (LH) surge quando os linfócitos ou os precursores que vivem no sistema linfático se transformam em uma célula maligna, chamada de célula de Reed-Sternberg. A presença da Reed- Sternberg desencadeia uma reação inflamatória, onde ela passa a ser rodeada de diferentes tipos de células normais de defesa, ocasionando um aglomerado que forma a massa tumoral.

Como o tecido linfoide está presente em muitas partes do corpo, o linfoma de Hodgkin pode começar em qualquer local. Porém, o mais frequente é aparecerem gânglios linfáticos presentes no tórax, pescoço e axilas. O linfoma de Hodgkin pode ser classificado em LH com predominância linfocitária nodular e LH clássico, dividindo-se também em subtipos:

1- Predomínio linfocitário nodular:

  • Mais frequente em jovens-adultos, apresenta os sintomas comuns do linfoma e raramente é encontrado fora dos nódulos linfáticos. Frequentemente atinge região de pescoço e tórax (mediastino). É altamente curável.

2- Esclerose nodular:

  • Este é o tipo mais comum em adolescentes e adultos jovens. Frequentemente apresenta-se com doença localizada em região cervical, supraclavicular e tórax (mediastino).

3- LH rico em linfócitos:

  • Semelhante ao de predominância linfocítica nodular, é mais comum em homens.

Celularidade mista:

  • Mais comum em homens idosos, é prevalente em pessoas com o vírus HIV e é comumente associado com estágio mais avançado de doença.

Depleção linfocitária:

  • Confunde-se muito com linfoma não-Hodgkin. Ocorre principalmente em idosos, em pacientes portadores de Síndrome de Imunodeficiência adquirida e portadores do vírus HIV. Pacientes podem apresentar doença extensa sem linfadenomegalia. Representa 1% dos casos de linfoma de Hodgkin clássico.

Quais os sintomas do linfoma de Hodgkin?

Entre os sintomas do linfoma de Hodgkin, estão o aumento dos gânglios, que são os nódulos na região do pescoço, na virilha e nas axilas, mas sem a presença de dor. Inclusive, a falta de incômodo nas regiões faz com que o diagnóstico seja feita de forma tardia, o que leva a uma maior dificuldade na resposta do corpo aos tratamentos.

Outros sintomas comuns:

  • Suor noturno
  • Aumento do baço
  • Perda de peso sem motivo aparente
  • Febre
  • Coceira na pele

Também há os sintomas menos comuns, que podem estar associados a doença:

  • Tosse
  • Dificuldade para respirar
  • Dores no peito

Como é feito o diagnóstico do linfoma de Hodgkin?

O diagnóstico é feito a partir da presença dos gânglios aumentados, os famosos carocinhos, onde o especialista deve fazer um exame bem apurado, apalpando as regiões nas quais os nódulos linfáticos são mais fáceis de detectar, como axilas, pescoço e virilhas. Mas é importante saber que o aumento dos gânglios pode acontecer em locais imperceptíveis, como na região do abdome e tórax. Daí a importância de se realizar exames de imagem.

O hemograma completo ajuda a identificar possíveis dados que podem ser usados na avaliação do paciente. A partir dos sintomas, o médico também irá solicitar uma biópsia do linfonodo, que será avaliada em laboratório. Nesse momento, então, já será possível saber se o paciente tem ou não o linfoma. 

A biópsia da medula óssea (quando um pedacinho do osso da bacia é retirado) também pode ser solicitada, para ver se não houve comprometimento da medula óssea.

Os exames de imagem, além de serem úteis para o diagnóstico do linfoma, são também solicitados para mostrar a extensão da doença e se outros órgãos foram atingidos. São eles:

  • Tomografia computadorizada
  • Ressonância magnética
  • PET SCAN

O que causa o linfoma de Hodgkin?

A causa do linfoma de Hodgkin é desconhecida, mas a exposição ao vírus Epstein-Barr pode ter alguma relação em algumas pessoas. Pode haver também uma associação hereditária. Ainda que existam algumas famílias nas quais mais de uma pessoa tem linfoma de Hodgkin, ele não é contagioso.

Qual o tratamento para o linfoma de Hodgkin?

O tratamento consiste em conduzir o paciente à remissão da doença, devendo o médico avaliar qual o melhor para cada paciente. São eles:

Quimioterapia:

  • Tratamento que utiliza medicamentos extremamente potentes no combate ao câncer, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes.

Radioterapia:

  • Que utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento de células.

Transplante de células-tronco hematopoiéticas:

  • Conhecido popularmente como transplante de medula óssea, é indicado em poucos casos, quando o paciente não responde aos outros tratamentos, mas tudo vai depender de fatores como condição clínica e idade da pessoa. Se a medula óssea não estiver acometida, o próprio paciente será o seu doador, no chamado transplante autólogo.

Imunoterapia:

  • Pacientes que não respondem à quimioterapia (refratários) ou que recidivam após transplante de medula óssea autólogo podem apresentar indicação de utilizar anticorpo monoclonal.
  • Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para combater infecções, e os anticorpos monoclonais, também conhecidos por imunoterapia, são produzidos em laboratório visando agir em um alvo específico. 

Quais os efeitos colaterais dos tratamentos do linfoma de Hodgkin?

Os tratamentos podem causar alguns efeitos colaterais ao paciente, que podem ser amenizados com medicamentos e até uma dieta balanceada.

Os principais efeitos do tratamento são:

  • Náuseas e vômitos
  • Diarreia
  • Obstipação
  • Mucosite
  • Xerostomia (boca seca)

Carolina Mota, estagiária sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Rayanne Bulhões

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