Nova variante do vírus da dengue deixa autoridades em alerta
A população acima de 60 anos é a mais vulnerável à dengue, representando a maior parte das 6.068 mortes registradas em 2024
A descoberta de uma nova variante do vírus da dengue em 2025 acendeu um sinal de alerta entre autoridades e especialistas, que preveem um ano ainda mais desafiador do que 2024, quando o Brasil enfrentou a pior epidemia de sua história. Apesar das lições aprendidas e do fortalecimento das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, epidemiologistas temem que os números de casos e mortes superem os recordes anteriores, já que as medidas mais avançadas de controle só devem estar plenamente implementadas em 2026.
Entre os brasileiros afetados pela dengue no último ano, Lia Salomão, moradora de São Paulo, relata como a doença impactou sua família de forma profunda. "Hoje posso dizer que estou neurótica. Essa neurose é algo de 2025; em 2024, não tínhamos noção de como era fácil pegar dengue", comenta. "Eu achava que passar repelente e evitar água parada era suficiente, mas percebi que não é bem assim."
VEJA MAIS
Lia enfrentou fadiga e desgaste físico por mais de uma semana, além de sofrer com disfunção cognitiva pós-viral, uma dificuldade de concentração comum após a recuperação. Ela também perdeu cabelo, outro efeito colateral recorrente. "Ambos foram muito ruins, mas o mais assustador foi com a minha avó, de 91 anos. Ela já bebia pouca água e passou a beber ainda menos, por causa do gosto ruim que qualquer líquido parecia ter. Achei que a perderíamos a qualquer momento."
A população acima de 60 anos é a mais vulnerável à dengue, representando a maior parte das 6.068 mortes registradas em 2024. Nesse período, mais de 6,6 milhões de pessoas contraíram a doença, superando os recordes de 2015 e 2023, quando 1,649 milhão de casos foram registrados.
Em 2025, a preocupação se intensificou devido à disseminação da nova variante, que pode agravar o impacto da epidemia. Famílias como a de Lia já adotaram medidas extras de proteção, incluindo o uso diário de repelentes e inseticidas. Ainda assim, especialistas alertam que a ameaça da dengue continua elevada. "Estamos mais preparados, mas ainda vulneráveis. O desafio imposto pela nova variante reforça a necessidade de esforços contínuos para combater o mosquito e suas consequências devastadoras", destaca um epidemiologista.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA