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Nova variante da mpox tem maior potencial de transmissão e mortalidade, alerta infectologista

A cepa Clado 1B apresenta características diferentes do vírus atual, sendo mais transmissível e com maior mortalidade, mesmo sem contato prolongado, como nas relações sexuais

Gabriel Bentes
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A mpox, uma doença do grupo das varíolas transmitida pelo vírus monkeypox, foi recentemente classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma emergência de saúde pública de importância internacional. Essa classificação de alerta se deve à nova variante Clado 1B, que já registrou um grande número de casos, principalmente na África.

O médico infectologista Jandrei Rogério Markus, professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas em Porto Nacional, Tocantins, alerta para o potencial de rápida disseminação da doença caso não sejam adotadas medidas preventivas. “Estamos diante de um desafio de saúde pública que não pode ser subestimado”, alerta ele, enfatizando a importância de vigilância.

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Atualmente, o Brasil não tem registros de transmissão da nova variante Clado 1B, embora alguns estados ainda enfrentem casos da cepa Clado 2. O médico observa que a variante presente no país apresenta baixo risco de transmissão e mortalidade, sendo transmitida principalmente pelo contato com lesões. “Durante o surto global em 2022/2023, a infecção se espalhou, sobretudo, por via sexual”, explica. O Brasil não registra óbito por mpox desde abril de 2023.

A nova cepa Clado 1B, no entanto, apresenta características diferentes, sendo mais transmissível e com maior mortalidade, mesmo sem contato prolongado, como nas relações sexuais. O grande número de casos em crianças sugere que a transmissão por gotículas de saliva pode ser mais relevante para essa cepa do que para a anterior. “A preocupação da comunidade médica local é com o risco da nova cepa se espalhar”, alerta Markus, observando que pessoas com imunodeficiência e crianças podem ser mais vulneráveis à infecção.

Sintomas da mpox

De acordo com Jandrei Rogério, a mpox é uma infecção sistêmica, ou seja, afeta o corpo todo. Os sintomas incluem:

  • febre,
  • dor de cabeça,
  • dores musculares e nas costas,
  • cansaço,
  • gânglios inchados,
  • erupções na pele, semelhantes a bolhas ou feridas.

“É importante destacar que, enquanto as lesões na pele não estiverem totalmente curadas, o paciente continua transmitindo. Normalmente, o quadro de mpox dura entre duas e quatro semanas. Um ponto a favor é que, de maneira geral, as varíolas são doenças únicas, ou seja, a pessoa que teve, adquire imunidade duradoura”, destaca.

Ele observa que as lesões podem ocorrer na boca, região genital/anal, virilha e palmas das mãos, principalmente com a cepa Clado 2, e podem variar de uma a milhares. 

Quanto à prevenção, o médico recomenda evitar o contato com pessoas infectadas, especialmente se elas apresentarem lesões suspeitas de mpox. Profissionais de saúde devem estar atentos, pois podem contrair a doença de forma acidental durante exames clínicos. “Importante reforçar a importância do uso de equipamentos de segurança, como luva e máscara. Afinal, nem sempre o paciente se lembra de relatar todos os sintomas”, alerta.

O tratamento visa aliviar as dores causadas pelas lesões, promover a higiene das feridas para evitar infecções secundárias e manter a hidratação do paciente. “Há um antiviral, o Tecovirimat, aprovado para uso pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas que só é permitido em casos graves tratados em ambiente hospitalar. Portanto, o ideal mesmo é evitar o contato com pessoas doentes”, reforça”, conclui.

(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)

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Saúde
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