Internações por síndromes respiratórias chegam a quase 500 registros em Belém
Segundo o coordenador de atenção às urgências da Sesma, o médico Gabriel Gaia, fatores climáticos como chuvas constantes e a umidade elevada favorecem a permanência do vírus no ambiente
Desde o início do ano de 2025, 489 internações foram notificadas em Belém devido às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), de acordo com dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Somente entre os dias 30 de março até 05 de abril foram registradas 35 novas internações por SRAG.
Segundo o coordenador de atenção às urgências da Sesma, o médico Gabriel Gaia, fatores climáticos como chuvas constantes e a umidade elevada favorecem a permanência do vírus no ambiente. “No inverno, as temperaturas mais baixas também levam as pessoas a ficar mais tempo em ambientes fechados e com pouca ventilação, o que aumenta o risco de contágio”, acrescenta.
Entre os dias 23 e 29 de março, que corresponde a Semana Epidemiológica 13, o Pará estava entre os estados de alto risco de incidência da SRAG juntamente com Roraima e o Distrito Federal. Nesse período, foram registrados 34 casos de internação por SRAG no Pará, 4 casos a menos comparados ao mesmo período do ano passado, que registrou 38 casos. “A baixa cobertura vacinal em algumas áreas pode agravar ainda mais a situação”, ressalta o coordenador de atenção às urgências da Sesma, Gabriel Gaia.
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O que é SRAG
O médico Gabriel Gaia, coordenador de atenção às urgências da Sesma, explica que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é um quadro clínico caracterizado por dificuldades respiratórias graves que podem levar à falência respiratória. Ela pode ser causada por vários tipos de vírus, como o rinovírus, influenza, coronavírus (como o da covid-19), entre outros.
Virose, gripe, resfriado e SRAG são condições respiratórias causadas por diferentes vírus. O resfriado é uma infecção leve causada por vírus como o rinovírus, com sintomas mais suaves, como coriza, dor de garganta e espirros. A gripe, causada pelos vírus da influenza, é mais intensa, com febre alta, dores no corpo e calafrios, podendo evoluir para complicações graves, como pneumonia.
O médico Arturo Gonçalves, que atua em atendimento clínico na capital paraense, explica que as viroses são doenças infecciosas que tendem a se espalhar mais facilmente nesta época do ano. “Muitos pacientes têm procurado atendimento com sintomas como fraqueza, dor de cabeça, diarreia e dor de garganta. A tosse costuma permanecer por mais tempo e incomodar bastante”, afirma.
Transmissão e prevenção de viroses
A transmissão das viroses acontece, na maioria das vezes, por meio do contato direto com secreções contaminadas, como saliva, espirros ou superfícies infectadas. “O contágio é principalmente respiratório. Por isso, é importante usar máscara em ambientes fechados e aglomerados, lavar bem as mãos, manter distância de pessoas doentes e manter o esquema vacinal em dia, principalmente contra influenza e covid-19”, alerta o médico.
De acordo com ele, as recomendações de prevenção seguem as mesmas indicadas durante a pandemia: higiene das mãos com água e sabão ou álcool 70%, uso de máscara em locais com pouca ventilação e atenção à etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar. A vacinação contra a gripe é considerada uma das formas mais eficazes de prevenção, especialmente para os grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças pequenas e pessoas com doenças crônicas.
Sintomas e cuidados em casa
O médico conta que os sintomas de uma virose variam conforme o tipo de vírus, mas geralmente incluem febre, dor no corpo, dor de cabeça, náuseas, diarreia, coriza e cansaço excessivo. A maioria dos casos é leve e pode ser tratada em casa, com repouso, hidratação e alimentação leve. Medicamentos antitérmicos ou analgésicos podem ser utilizados sob orientação médica apenas para alívio dos sintomas.
A estudante Mayara Rodrigues, de 30 anos, enfrentou recentemente uma virose e relatou os cuidados que adotou. “Tive febre e muita fraqueza por quatro dias. Fiquei em casa, tomei medicamentos receitados, descansei e bebi bastante água. Também recorri a chás caseiros e alimentos para reforçar a imunidade. Agora estou tomando vitamina C e tomando suco de acerola com laranja quase todo dia”, compartilha.
Quando procurar ajuda médica
Mesmo sendo geralmente autolimitadas, as viroses podem se agravar, especialmente em pessoas com comorbidades ou no caso de desidratação severa. “É importante ficar atento à evolução dos sintomas. Crianças, idosos, diabéticos, hipertensos e imunossuprimidos merecem atenção redobrada. Se a febre persistir por mais de três dias ou surgirem sinais de alerta como falta de ar, vômitos contínuos ou prostração intensa, é necessário procurar atendimento médico imediatamente”, orienta Dr. Arturo.
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