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Infertilidade atinge homens e mulheres na mesma proporção, aponta OMS

Pesquisa aponta que o homem é responsável por 40% dos casos em que casal não consegue engravidar

Hannah Franco | Especial em OLiberal

Ter filhos é o sonho de muitos casais, mas nem sempre o caminho é simples. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva enfrentam dificuldades para engravidar. E ao contrário do que ainda se pensa, os homens respondem por 40% dos casos de infertilidade conjugal — a mesma porcentagem atribuída às mulheres. Os 20% restantes têm origem mista, ou seja, envolvem causas em ambos os parceiros.

Apesar da divisão estatística ser equilibrada, a mulher costuma ser a primeira a procurar ajuda médica, reflexo de uma cultura que historicamente responsabiliza o lado feminino pelas dificuldades na gestação. No entanto, especialistas reforçam a importância de que ambos sejam avaliados simultaneamente, após um ano de tentativas de gravidez sem o uso de contraceptivos — prazo após o qual a infertilidade é considerada.

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Causas da infertilidade masculina

Muitos fatores podem impactar a fertilidade do homem. Entre as causas mais comuns estão:

  • Varicocele: dilatação das veias testiculares, que afeta a produção de espermatozoides. É a causa mais frequente de infertilidade masculina.
  • Causas hormonais: problemas na hipófise, glândula responsável pelo controle hormonal, podem interferir na produção espermática.
  • Alterações genéticas, como a síndrome de Klinefelter, microdeleções do cromossomo Y e agenesia do ducto deferente.
  • Infecções: a caxumba, por exemplo, pode afetar os testículos e comprometer a fertilidade.
  • Doenças congênitas, como criptorquidia (quando o testículo não desce para a bolsa escrotal) e hipospadia.
  • Exposição a substâncias tóxicas, como anabolizantes, pesticidas e radiações.
  • Uso de anabolizantes ou substâncias que alteram o eixo hormonal.
  • Vasectomia: embora reversível em alguns casos, pode se tornar um fator de infertilidade permanente.

Além disso, há casos idiopáticos, em que não se identifica a causa exata da infertilidade, representando quase metade das situações avaliadas.

Como investigar?

O primeiro passo é buscar orientação médica. Urologistas, andrologistas e especialistas em reprodução humana estão preparados para realizar os exames adequados. O principal deles é o espermograma, que avalia a quantidade, forma e motilidade dos espermatozoides.

A investigação pode incluir também exames físicos, dosagens hormonais, avaliação genética e exames de imagem. No entanto, especialistas destacam que é importante que o casal seja avaliado conjuntamente.

Quando procurar ajuda?

De acordo com a OMS, se um casal mantém relações sexuais frequentes, sem proteção, e não engravida após 12 meses, já deve procurar um especialista. Além disso, hábitos de vida, histórico de doenças, uso de medicamentos e cirurgias anteriores também devem ser levados em conta tanto para homens quanto para mulheres.

Mesmo em condições ideais de saúde, as chances de uma gestação ocorrer em um único ciclo fértil são de apenas 17%, segundo o Ministério da Saúde. Por isso, paciência, informação e acompanhamento médico são fundamentais nesse processo.

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