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Estudos indicam que o consumo de café pode aumentar crises de ansiedade e ataques de pânico; entenda

Brasil é o segundo país mais ansioso do mundo e um dos 15 que mais consome a cafeína

Carolina Mota
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Um estudo publicado no periódico General Hospital Psychiatry, no fim de 2021, mostra que o consumo de café é contraindicado para quem sofre de ansiedade e ataques de pânico. Segundo os pesquisadores, a cafeína pode contribuir diretamente para o aumento das crises e ainda causar os sintomas em quem não possui o diagnóstico.

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Os autores concluíram que "a cafeína induz a ataques de pânico em uma grande proporção de pacientes com o transtorno e aumenta a ansiedade em pacientes e grupos de adultos saudáveis em doses aproximadamente equivalentes a cinco xícaras de café".

Sendo o Brasil o segundo país mais ansioso do mundo e um dos 15 que mais consome café, o hábito pode estar ligado com o aumento dos casos.

Os estudos

 

Os pesquisadores alegaram que os ataques de pânico induzidos pela cafeína foram similares aos ataques espontâneos. “Cerca de metade dos pacientes e menos de 2% dos controles saudáveis ​​experimentaram um ataque de pânico após a administração de cafeína e nenhum após o placebo”, diz o artigo.

Os voluntários tiveram sintomas como medo de morrer, falta de ar, palpitações e tonturas, típicos de quem sofre dos transtornos de ansiedade e ataque de pânico.

Em outro relatório de pesquisa, conduzido por pesquisadores da Universidade de Oklahoma, nos EUA, cientistas descobriram que a cafeína pode causar sintomas em indivíduos não diagnosticados.

Uma pesquisa similar já havia sido feita em 1992, onde os resultados foram de que pacientes com TAG (transtorno de ansiedade generalizada) são “anormalmente sensíveis a cafeína”, porém, sem mais informações.

Explicações científicas

 

Uma das justificativas está na relação entre a cafeína e as variantes do gene receptor de adenosina 2A (ADORA2A), que têm sido associadas ao desenvolvimento e aumento do risco de se desenvolver TP (transtorno de pânico). Com isso, consumo de doses de 100mg a 150 mg de cafeína podem ocasionar efeitos ansiogênicos.

A adenosina é uma molécula que age como moduladora do sistema nervoso central, e a cafeína inibe a ação dela no cérebro, deixando o indivíduo em estado de alerta.

Os cientistas afirmam ainda que "há relatos de casos de pacientes com ansiedade excessiva que apresentam melhora com a abstinência de cafeína", mas reforçam que essa dever ser uma decisão adaptada individualmente.

"Existem efeitos positivos do consumo de cafeína, e nem todos os pacientes com TP ou outros transtornos de ansiedade precisam interromper a cafeína devido aos efeitos ansiogênicos, mas médicos e pacientes devem estar cientes dos potenciais efeitos ansiogênicos da cafeína", complementam.

Excessos

 

A cafeína não está presente somente no café. Ela também pode ser encontrada em bebidas energéticas que possuem quantidades mais elevadas.

Também está presente em chocolates e produtos à base de cacau, chás, refrigerantes, além de suplementos e medicamentos.

Sintomas de intoxicação por cafeína

 

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição) lista uma série de sintomas da intoxicação por cafeína, que pode ocorrer quando há consumo superior a 1 g da substância por dia – equivalente a cerca de dez xícaras de café filtrado. Os principais sinais da intoxicação são:

 

  • inquietação
  • excitação
  • insônia
  • rubor facial
  • diurese (maior produção de urina)
  • perturbação gastrointestinal
  • abalos musculares
  • fluxo errático do pensamento e do discurso
  • taquicardia ou arritmia cardíaca
  • períodos de energia inesgotável
  • agitação psicomotora.

*Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de Oliberal.com

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