Estados Unidos proíbem uso de corante vermelho em alimentos e medicamentos
A decisão foi tomada após petições e estudos apontarem riscos potenciais à saúde
O Food and Drug Administration (FDA) anunciou nesta quarta-feira (15/1) a proibição do corante eritrosina em alimentos e medicamentos produzidos nos Estados Unidos. A decisão foi tomada após petições e estudos apontarem riscos potenciais à saúde, incluindo uma possível associação entre a substância e o desenvolvimento de câncer em animais.
Utilizado para dar coloração vermelho-cereja, o corante é amplamente encontrado em produtos como balas, gelatinas e cerejas em calda. No Brasil, a substância continua permitida e, até o momento, não há previsão de restrições similares no país.
Riscos e estudos
Pesquisas científicas sugeriram uma associação entre a eritrosina e a ocorrência de câncer em ratos de laboratório, particularmente quando expostos a doses extremamente elevadas da substância. Apesar disso, o FDA esclareceu que as quantidades presentes nos alimentos são muito inferiores às testadas nos estudos e não representam risco imediato à saúde dos consumidores.
Segundo o órgão, a decisão de proibir o corante foi tomada para atender à legislação que exige a exclusão de elementos potencialmente cancerígenos da indústria alimentícia e farmacêutica nos Estados Unidos.
Debates ao longo das décadas
A controvérsia em torno da eritrosina não é recente. Desde os anos 1980, pesquisas apontavam para seu potencial cancerígeno, o que levou à proibição do uso em cosméticos. No entanto, a substância continuou autorizada para alimentos, gerando críticas por parte de defensores da segurança alimentar.
“Essa é uma ação bem-vinda, embora muito tardia. Era injustificável que o FDA proibisse a eritrosina em batons, mas não em doces”, afirmou Peter Lurie, diretor do Centro de Ciência no Interesse Público (CSPI). Lurie foi responsável por uma petição apresentada em 2022, solicitando a revisão das regras.
Prazos para adequação
Os fabricantes de alimentos terão até janeiro de 2027 para remover a eritrosina de seus produtos. Para medicamentos, o prazo será estendido até janeiro de 2028, permitindo a substituição gradual do corante por alternativas mais seguras.
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