Entenda como o oxigênio é fundamental para a manutenção da vida
O médico Alissom Bruno Monteiro Corrêa explica quando é necessário usar oxigênio nos pacientes em casos da covid-19
O médico Alissom Bruno Monteiro Corrêa, residente do último ano de Infectologia no Hospital Universitário Joao de Barros Barreto da Universidade Federal do Pará, explica que o oxigênio é um elemento químico mais abundante na superfície terrestre e de vital importância para a manutenção da vida: “O oxigênio participa da respiração. Na forma gasosa, ele entra nos pulmões, por meio das vias aéreas superiores, até ser levado, pelo sangue, até todos os tecidos e, assim, garantir a produção de energia e a manutenção do metabolismo do organismo”.
Alissom enfatiza que, em casos da covid-19, quando é necessário usar oxigênio nos pacientes, "os pulmões podem ser atingidos por um processo inflamatório exacerbado, que compromete a oxigenação e os pulmões não conseguem captar o oxigênio presente no ar e fazer cair na corrente sanguínea pra ser transportado para as diversas células do corpo. Nesse momento, é preciso aumentar a oferta de oxigênio como uma forma de compensar essa disfunção pulmonar”.
Porém, caso não haja oxigênio necessário para os pulmões realizarem as trocas gasosas, “a hipoxemia persistente (baixa saturação de oxigênio) desencadeará hipoperfusao tecidual, diminuição do metabolismo e até óbito”, alerta o médico.
O médico esclarece que a saturação de oxigênio é a porcentagem de O2 (oxigênio) que está sendo transportada na circulação sanguínea para perfundir (fazer um líquido atravessar) os tecidos. A saturação de oxigênio normal deve estar entre 95% e 100%, segundo Organização Mundial de Saúde. “Quando a pessoa começa a saturar abaixo de 95%, deve-se ficar alerta”, afirma.
Ainda segundo o médico, existem várias formas dos pacientes com covid-19 receberem oxigênio. “As formas de oxigenação suplementar podem ser feitas, primeiramente, por meio de cateter nasal, quando o desconto respiratório é leve e a saturação de oxigênio está levemente alterada”.
Caso não haja melhora, é possível utilizar máscaras de alto fluxo, onde a oferta de O2 suplementar é maior. “Caso a saturação fique a baixo de 90% e o paciente não responda às medidas não invasivas de oferta de oxigênio relatadas, está indicada à intubação orotraqueal com ventilação mecânica invasiva. O uso de cateter nasal pode ser realizado em leito de enfermaria. Caso haja piora com potencial risco de intubação orortraqueal, é prudente transferência para leito em UTI”, ressalta Alissom.
Ele destaca que, se houver acompanhamento com home care, com supervisão adequada, pode ser realizado o tratamento em domicílio. “Ressaltando a necessidade de supervisão para tomada de decisão em tempo, em caso de piora ou deterioração clínica e potenciais riscos de evoluir para intubação orotraqueal”, pondera o médico.