Em caso raro, mãe dá à luz trigêmeas idênticas em parto normal na Argentina; entenda
A probabilidade de conceber três gêmeas idênticas naturalmente é semelhante a de ganhar três vezes na loteria
Uma mulher de 32 anos deu à luz trigêmeas idênticas em um parto normal no hospital público de Buenos Aires, na Argentina. As meninas, Emily, Aymara e Damaris, nasceram após 30 semanas de gestação, e ficaram dois meses no hospital ganhando peso até receberem alta.
Casos de trigêmeos idênticos concebidos naturalmente são extremamente raros. O médico especialista em fertilidade Fernando Neuspiller afirmou à imprensa argentina que a probabilidade de conceber três bebês idênticos é naturalmente de uma em 150 a 200 milhões de gestações. Para se ter uma ideia, a chance de ganhar na Mega Sena é de aproximadamente 1 em 50 milhões.
VEJA MAIS
As trigêmeas não foram concebidas por fertilização in vitro (FiV), método que costuma levar à gravidez múltipla. Elas nasceram com uma média de 1,4 kg e já estão com o peso regular para a idade, cerca de 5 kg. Ao nascer, elas tiveram de passar por um suporte de oxigênio e foram alimentadas por sonda.
Em entrevista ao canal Telenoche da televisão argentina, a mãe das bebês, Melany Basualdo, contou que o parto foi complicado, mas que agora está tudo bem. "Elas agora estão completando seis meses. Troco em média 15 fraldas por dia e rezo para que não fiquem doentes por que aí todas ficam chorando juntas", disse ela.
Por que trigêmeas idênticas e naturais são tão raras?
O nascimento de gêmeos ocorre em cerca de 1% dos casos de gestação. Já a de trigêmeos tem cerca de 0,04% de incidência. Essa probabilidade diminui ainda mais quando se consideram casos de concepção natural e de gêmeos idênticos, como foi o caso de Melany Basualdo.
A gestação de trigêmeos idênticos ocorre quando um único embrião se divide em três durante a gestação. Cada um dos embriões se desenvolve em um saco gestacional individual, mas todos eles compartilham o mesmo material genético.
"Os riscos de complicações em partos de trigêmeos são 10 vezes maiores que os de um parto normal, especialmente se os fetos dividirem artérias, o que leva uns a receberem mais oxigênio que os outros", explicou o médico Fernando Neuspiller.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)