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É possível evitar acnes? Especialista explica os cuidados necessário para tratamento

O assunto ganhou destaque após a influenciadora e ex-BBB Vanessa Lopes divulgar o tratamento que vem fazendo contra as acnes

Lucas Quirino
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A principal forma de evitar as acnes é realizar uma higiene adequada da pele com um sabonete ou produto de limpeza indicado especialmente para pele acneica ou oleosa. Quem orienta é a dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Pará, Heliana Góes, de Belém, diante da visibilidade que essa doença de pele ganhou nos últimos dias na internet. 

Essa visibilidade se deu após a influenciadora e ex-BBB Vanessa Lopes, 23 anos, dizer não ter mais forças para lidar com o estado de seu rosto, e está se sentindo um "monstro" , em meio a um tratamento de acne. Ela compartilhou essa informação em suas redes sociais no dia 28 de outubro. 

“Acne é uma doença da pele muito comum. Manifesta-se através de espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. É muito frequente na adolescência, sem deixar de ser comum também em adultos, principalmente em mulheres”, explica a dermatologista. 

Quais as causas e como evitar? 

A dermatologista Heliana Góes aponta que as principais causas são a produção dos hormônios sexuais durante a puberdade, sendo essa responsáveis pelas alterações das características da pele, assim como, pelo surgimento da acne. 

“As lesões surgem principalmente na face, mas também nas costas, ombros e peito. Esses hormônios, chamados andrógenos e estrógenos, são produzidos tanto pelos ovários (mulher) e testículos (homem), quanto pelas glândulas suprarrenais (duas pequenas glândulas situadas sobre os rins) em ambos os sexos. A produção dos andrógenos é maior nos homens e a dos estrógenos é maior nas mulheres. São os andrógenos os responsáveis pelo início do funcionamento das glândulas sebáceas que são mais ativas na face, peito, costas e couro cabeludo. Em pessoas com predisposição genética, desencadeia mudanças relacionadas ao conteúdo de gordura (secreção sebácea) da pele e do couro cabeludo”, relaciona a dermatologista. 

A principal forma de evitar as acnes, conforme a médica, é realizar uma higiene adequada da pele com um sabonete ou produto de limpeza indicado especialmente para pele acneica ou oleosa. “Também se deve evitar cosméticos que aumentem a oleosidade. Apesar de não haver evidências científicas robustas, podem ser relacionados a alimentos com alto índice glicêmico, leite e derivados. Então, cada paciente deve avaliar se ela piora com um determinado alimento e tentar reduzir ou evitar o consumo. As pessoas com acne, como todos, devem se expor ao sol de maneira cuidadosa, racional e orientada”, diz Heliana Góes.

Quais os tipos?

As acnes podem ser classificadas de acordo com a gravidade em leve, moderada e grave e de acordo com a predominância do tipo de lesão. 

  • Comedoniana (predominância de cravos);
  • Papulopustulosa (predominância de espinhas); 
  • Nódulo-cística (predominância de caroços muito inflamados).

“Além disso, temos outros tipos de acne de acordo com a causa, sexo e faixa etária como: acne neonatal, acne da mulher adulta, acne medicamentosa, acne tropical e acne ocupacional, dentre outras”, aponta dermatologista. 

 Quais as formas de tratamento?

A especialista alerta para que, em nenhuma hipótese, o paciente deve tentar manipular (mexer e/ou espremer) as lesões de acne. Pois isso pode levar à infecção, inflamação e cicatrizes. 

“O ideal é a acne ser tratada o mais precocemente possível. Seu controle é recomendável não só por razões estéticas, como também para preservar a saúde da pele e a saúde psíquica, além de prevenir cicatrizes (marcas da acne) tão difíceis de corrigir na idade adulta. Ou seja, a acne tem tratamento e pode ser curada ou controlada, porém, isso pode levar bastante tempo”, reforça a dermatologista.

O tratamento varia de acordo com a gravidade, com a localização da acne e com as características individuais. É necessário verificar se há lesões não inflamatórias (“cravos”); e/ou inflamatórias (“espinhas”, nódulos, cistos); e/ou cicatrizes. 

“Em formas leves, o tratamento pode ser apenas local, com inúmeros produtos existentes no mercado, isolados ou combinados: ácido salicílico, peróxido de benzoíla, retinóides, antibióticos e ácido azeláico. Quando o quadro não evolui bem o tratamento por via oral é associado, utilizando-se desde antibióticos específicos até a isotretinoína oral, sempre associados ao tratamento local”, conclui a especialista. 

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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