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Doença do caracol gigante africano: Secretaria de Saúde do Pará faz alerta sobre molusco

No ano de 2021, houve dois casos confirmados de meningite eosinofílica na Região Metropolitana de Belém, sendo um caso em Belém

Heloá Canali
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Não é só com as chuvas e as cheias dos rios que ocasionam alagamentos que o paraense precisa se preocupar. Nesta terça-feira (15), a Secretaria de Saúdo do Pará fez um alerta sobre os riscos que o caracol gigante africano, um molusco presente na região amazônica, pode trazer à saúde da população.

O alerta é necessário porque o caracol africano (Achatina fulica) é hospedeiro do parasito Angiostrongylus cantonensis, que causa meningite eosinofílica. Esse tipo de meningite resulta da presença de larvas do parasito nas membranas do cérebro (meninges), provocando reação inflamatória.  As manifestações clínicas mais comuns são dor de cabeça severa, náuseas, vômitos, pescoço rígido e anormalidades neurológicas. Ocasionalmente ocorrem invasões oculares.

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Quais as doenças ocasionadas pelo caracol gigante africano

Além da meningite eosinofílica, o caracol também pode transmitir o parasito Angiostrongylus costaricencis, que causa a angiostrongilíase abdominal. Os principais sintomas são dor abdominal e febre, podendo ocorrer várias outras manifestações inespecíficas, tais como inapetência, náuseas, vômitos e diarreia.

No ano de 2021, houve dois casos confirmados de meningite eosinofílica na Região Metropolitana de Belém, sendo um caso em Belém, que acometeu um jovem de 21 anos e outro em Ananindeua, numa criança de 11 meses.

Quais as ações da Sespa para combater a doença ocasionada pelo caracol gigante africano

O trabalho de vigilância e controle é realizado pelas Secretarias Municipais de Saúde, por meio dos Centros de Controle de Zoonoses Municipais, com apoio da Coordenação Estadual de Controle de Esquistossomose, Filariose, Geo-Helmintos e Tracoma (CEFGT), que integra o Departamento de Controle de Endemias da Sespa.

Segundo a médica veterinária da CEFGT, Patrícia Nascimento, a Sespa participa das investigações de casos de doenças transmitidas pelos caracóis para verificar a presença de vetores no local provável de infecção e sua vinculação epidemiológica ao caso por meio de testes de infectividade realizados pelo Laboratório de Referência Nacional em Esquistossomose-Malacologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

image É preciso cuidado ao manusear o molusco (Sespa/Divulgação)

“A ação da Sespa, na verdade, consiste em rastrear a existência de focos do caracol a partir da notificação de casos da doença. Vamos até o logradouro do paciente para investigar se há presença do caracol, coletar amostras, que são enviadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC) e depois para a Fiocruz”, informou.

A Sespa, também pode direcionar pacientes com suspeita da doença para receber atendimento médico e fazer exames para confirmar o diagnóstico de meningite eosinofílica. 

Segundo a bióloga e doutora em Biologia Parasitária da Amazônia, Christiane de Oliveira Goveia, o ciclo dessas doenças envolve o caracol e roedores. "No entanto, o homem pode se infectar ao ingerir o molusco contendo o verme ou pelo consumo de alimentos contaminados pelo muco do molusco contendo o parasito”, explicou a bióloga.

Como matar o caracol gigante africano

Para o controle do caracol gigante africano, a população precisa tomar as seguintes medidas:

  • Coletar os caracóis com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos;
  • Colocá-los em recipiente rígido;
  • Queimá-los com cuidado para evitar acidentes com o fogo e enterrá-los ou...
  • Colocá-los em um saco plástico e esmagá-los com cuidado para não ter contato com o muco do caracol;
  • Enterrá-los em seguida.

Como se limpar após encontrar um caracol gigante africano

  • Lavar bem as mãos após manusear os caracóis;
  • Higienizar bem os alimentos antes do consumo;
  • Manter jardins e quintais sem acúmulo de mato ou entulhos que podem sirvir de abrigo para o caracol.
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