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Dia Nacional da Diabetes: especialistas explicam aspectos da doença e como tratar essa comorbidade

A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que a incidência da doença em 2030 é de 21,5 milhões de diagnósticos

Eva Pires e Lucas Quirino*
fonte

O Dia Nacional da Diabetes, 26 de Junho, foi instituído pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para estimular políticas públicas que promovam o diagnóstico precoce e favoreçam aos portadores da doença a possibilidade de viver com bem-estar, sob orientação de especialistas, por meio de tratamento adequado.

De acordo com Letícia Barros, endocrinologista do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), a diabetes é uma patologia crônica, em que o corpo não consegue produzir ou empregar adequadamente a insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas, órgão responsável pela manutenção do metabolismo da glicose.

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“A carência de insulina no organismo acarreta déficit na metabolização da glicose e a deficiência da ação da insulina, porque a tipo 1 é a falta da insulina, logo, o paciente tem carência de insulina. Na tipo 2, o paciente tem resistência à insulina, pois ela não consegue exercer sua função da maneira que deveria. A tipo 2 é associada à obesidade. A doença tem como característica altas taxas de açúcar no sangue, ou seja, a hiperglicemia de forma permanente”, informou a especialista.

Letícia também aponta que o diagnóstico é raro em pessoas jovens. Em crianças, geralmente é tipo 1, porque é autoimune. A doença não tem cura e pode ser diagnosticada em qualquer faixa etária. Em casos graves, causa amputações de membros, e o paciente se torna uma Pessoa com Deficiência (PcD).

Quais os tipos mais comuns?

Dentre as mais comuns, a especialista cita a diabetes gestacional, que pode ocorrer antes da gravidez e não saber; ter o quadro clínico de obesidade, hipertensão, ou possuir a síndrome dos ovários policísticos. A gravidez por si já é diabetogênica, porque tem a tendência a aumentar a glicemia por conta do feto.

Mas haveria outros tipos da doença, que são genéticos, associados a outras enfermidades, como pancreatite, neoplasia e fibrose cística.

Ainda de acordo com Letícia Barros, os principais sintomas são a pessoa sentir fome excessiva; vontade de urinar diversas vezes ao dia; perda de peso de modo rápido sem dietas e prática de atividade física; fadiga; formigamento nos pés; visão embaçada e náusea.

Alimentação balanceada

A nutricionista clínica do CIIR, Jessica Ventura, conta que para quem tem Diabetes o ideal é priorizar uma alimentação balanceada, rica em fibras, principalmente carboidratos integrais e frutas.

“Por conta das fibras, a glicose é liberada em uma velocidade menor no nosso organismo, evitando o pico de glicemia. Carboidratos simples, como o pão branco; doces concentrados, como goiabada, doce de leite e chocolate ao leite, são digeridos e absorvidos rapidamente pelo nosso organismo, fazendo com que o aumento da taxa de glicose no sangue seja mais rápido. É necessário um profissional para ensinar a diferenciar alimentos de alto e baixo índice glicêmico, e assim poder adequar nossa alimentação. A prática de exercício físico também é uma importante aliada nesse tratamento e na prevenção”, indica a nutricionista.

Quais as principais formas de controle para diabetes?

No caso da diabetes tipo 1 e tipo 2, a mudança de estilo de vida é fundamental para os pacientes, é o que explica o médico endocrinologista Rubens Tolofo. "É importante ter uma dieta pobre em carboidratos simples e fazer uma atividade física, o recomendado são 60 minutos, três vezes por semana. Fora isso, esses pacientes têm que controlar, e muito bem, os níveis de colesterol no sangue, a pressão arterial, diminuir o consumo de álcool e, sobretudo, a cessação do tabagismo, caso esses pacientes fumem". 

image Endocrinologista Rubens Tolofo (Foto: arquivo pessoal)

"Já para a diabetes gestacional, além dessa mudança de estilo de vida, é muito importante que a grávida não engorde muito durante esse período da gravidez. E para a diabetes pós-transplante, que ocorre geralmente um ano após o procedimento, os pacientes devem fazer um controle rigoroso dessa glicemia com o endocrinologista depois do transplante", completa.

O especialista orienta que pacientes diabéticos devem ser consultados por um médico endocrinologista pelo menos duas vezes por ano para checar o controle da glicemia. Além de outros médicos como cardiologistas e oftamologistas, uma vez que a doença pode levar a complicações severas, como a perda da visão,  doenças cardiovasculares, a hemodiálise e a amputação de membros inferiores não traumáticos. 

O médico finaliza alertando sobre a relação da dibetes com a obesidade. "A gente sabe que 80% dos pacientes diabéticos são obesos e hoje em dia os níveis de obesidade no Brasil são alarmantes, ou seja, 30% da nossa população hoje está obesa. Não esquecendo também que a atividade física e o sedentarismo precisam ser monitorados, porque hoje, 9 em cada 10 crianças e adolescentes no nosso país não fazem atividade física. E essas crianças obesas têm maior chance de desenvolver a doença".

Atendimentos a pacientes diabéticos em Belém

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que em 2022 foram realizados 26.666 atendimentos a pessoas com Diabetes Mellitus na rede de atenção básica de Belém. Em 2023, esse número foi de 26.270 e este ano, até terça-feira (25), foram registrados no e-SUS/PEC (Prontuário Eletrônico do Cidadão), 11.170 atendimentos por Diabetes na capital paraense.

Por fim, a Sesma reforça que os atendimentos a pacientes com Diabetes Mellitus são realizados prioritariamente na Atenção Primária à Saúde (APS), como Unidade Básica de Saúde e Estratégias de Saúde da Família do município, assim como os exames de acompanhamento. Em casos pontuais, quando é necessário acompanhamento de especialista, o paciente é encaminhado, por regulação, para a Rede Especializada, de acordo com o fluxo do município.

*(estagiários sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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