Dia Mundial do Coração: mudança no estilo de vida é essencial para evitar problemas cardíacos
Problemas no coração podem ser desencadeados por uma combinação de fatores e a prevenção é a melhor forma de combater esse mal
Para conscientizar a população sobre a importância da saúde cardiovascular, no dia 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração. A data é um alerta sobre os riscos das doenças que podem acometer esse órgão e ainda chama atenção para a prática de hábitos mais saudáveis. Segundo o cardiologista Antonio Monteiro, que atua em Belém, a prevenção é a melhor forma de combater as doenças do coração. O especialista orienta quais mudança no estilo de vida podem contribuir para prevenir graves problemas cardíacos.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, e o Brasil está entre os países que fazem parte dessa estatística. O médico Antonio Monteiro aponta quais os principais problemas no coração são mais recorrentes.
“Os mais comuns incluem a doença arterial coronariana (DAC), que ocorre quando as artérias que fornecem sangue ao coração se tornam estreitadas ou bloqueadas, causando o infarto. Também há a insuficiência cardíaca, onde o coração não consegue bombear sangue adequadamente, impedindo que os órgãos recebam o suplemento sanguíneo de forma adequada. Tem as arritmias, que são irregularidades no ritmo cardíaco, e as valvopatias, que envolvem disfunções nas válvulas cardíacas. Ainda tem a hipertensão arterial, a patologia mais comum dentro da cardiologia e também é um fator importante que pode levar a doenças cardíacas graves, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC)”, explica.
Segundo o especialista, os problemas no coração podem ser desencadeados por uma combinação de fatores. “A genética desempenha um papel importante, mas o estilo de vida é um fator determinante para as alterações cardíacas. Dietas ricas em gorduras saturadas, colesterol e sal, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e estresse são gatilhos significativos. Além disso, condições como diabete e hipertensão podem acelerar o processo de deterioração das artérias e do músculo cardíaco, levando a complicações e doenças”, alerta Antônio Monteiro.
O cardiologista ainda afirma que todos os quadros envolvendo doenças cardiovasculares são potencialmente fatais, especialmente quando combinados com outros fatores de risco, como idade avançada, obesidade e histórico familiar de doenças cardíacas. Porém, Antônio Monteiro assegura que a prevenção é fundamental e pode ser alcançada por meio de mudanças no estilo de vida.
“Adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, fibras e com baixo teor de gorduras saturadas e sal, é essencial. Praticar atividade física regularmente, manter o peso ideal, controlar a pressão arterial, o colesterol e os níveis de glicose no sangue são passos importantes. Além disso, evitar o consumo de tabaco e outros tipos de cigarros e reduzir a ingestão de álcool também são medidas preventivas eficazes, assim como não fazer uso de drogas ilícitas como cocaína e anfetaminas ou uso de medicações sem cuidado médico, como os anabolizantes esteroidais. Fazer check-ups periódicos com o cardiologista é importante para detectar precocemente qualquer anormalidade”, instrui o cardiologista.
Mudança de vida
Dados cedidos pelo Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, uma instituição estadual de saúde com atendimento gratuito e de referência na área de Cardiologia, mostram que em 2022 foram registrados 2472 casos de internações por doenças do coração. Em 2023, o número diminuiu para 1761. Já em 2024, até o mês de agosto, cerca de 1129 pacientes deram entrada no local para realizar o tratamento de doenças cardiovasculares. Entre os principais casos registrados no levantamento estão: infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença isquêmica crônica do coração, angina pectoris (dor ou pressão no peito) e bloqueio atrioventricular e do ramo esquerdo.
O representante comercial Antônio Gilson dos Santos de Jesus, de 35 anos, relata as mudanças nos hábitos de vida após ter enfrentado uma doença do coração que o fez precisar de um transplante. “Em 2016 eu adquiri doença de chagas. Comecei a sentir muito cansaço e não conseguia mais fazer as minhas atividades diárias. Tinha que ser carregado e ajudado em tudo. Ao procurar o médico, eles informaram que eu estava com um problema no coração e ele estava batendo mais fraco, em decorrência do chagas. Tomei alguns remédios por dois anos, para ver se ia reverter a situação, mas não consegui e a única opção seria o transplante. Continuei tomando os remédios e entrei para a fila de transplante. Em março de 2023, recebi um novo coração”, conta Gilson.
Após a cirurgia, o paciente adquiriu novos hábitos para manter a saúde. “Após passar 10 meses internado até o dia do transplante, consegui ter a minha vida de volta. Receber um novo coração é como colocar um motor novo em um carro. Agora consigo fazer as minhas atividades sem passar mal. Estou indo para a academia e me exercitando, cuidando de mim. Vou uma vez por mês fazer o acompanhamento médico, para ver se tudo continua ‘ok’. Fico muito feliz em ver que minha vida voltou ao normal”, encerra Gilson.
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