Dia Mundial de Combate ao Câncer: prevenção inclui alimentação saudável e exames clínicos
Em 2025, são esperados mais de 700 mil novos casos. Segunda doença que mais mata no mundo pode ser evitada com hábitos saudáveis, o que inclui exames de rotina e alimentação saudável
Celebrado neste 8 de abril, o Dia Mundial de Combate ao Câncer é uma data que traz luz ao debate sobre a prevenção e tratamento da doença, a segunda que mais mata no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta terça-feira, especialistas do âmbito da oncologia e nutrição alertam sobre a importância do diagnóstico precoce e dos hábitos alimentares para a prevenção e enfrentamento da doença.
Conhecida também como neoplasia, neoformação, neoplasma, neoplastia ou tumor, a condição refere-se à proliferação desordenada e anormal de células em tecidos ou órgãos. A doença pode ser de dois tipos: benigno, aquele de crescimento lento e organizado; e maligno, que cresce rapidamente e apresenta evolução desorganizada das células. Segundo pesquisa Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados mais de 700 mil novos casos de câncer no Brasil em 2025.
Em entrevista à Redação Integrada de O Liberal, o oncologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Luís Eduardo Werneck, explica que o câncer inicia como uma célula “rebelde” que tende a se replicar, gerando, então, o tumor. “Em geral, um tumor de qualquer tipo de câncer, para chegar a um centímetro, ele já demorou entre 9 e 12 meses”, disse o oncologista.
Segundo o especialista, o câncer pode atingir diversos órgãos e se apresentar de duas formas: localizado ou metastático. No caso metastático, a doença tem início em um órgão específico, como a próstata ou a mama, e se espalha para outras partes do corpo, como os ossos, pulmões ou fígado, o que torna o tratamento mais complexo. Apesar disso, ele ressaltou que, atualmente, há possibilidade de cura mesmo para casos de câncer metastático.
Ele comenta ainda que as chances de desenvolver um câncer são menores para quem possui hábitos saudáveis e, sobretudo, realiza exames clínicos, que podem analisar e identificar a possível existência de uma formação de tumor. “O câncer pode ser evitado com uma vida mais saudável, uma dieta equilibrada, com as vacinações do HPV adequadas, não fumar e beber com moderação. Mas, principalmente, os exames de rotina, mamografias, ultrassonografia das mamas, o exame de papanicolau, exames de controle fazem que a gente diagnostique o câncer mais cedo e as pessoas não morram de câncer”, destaca o oncologista.
Seguindo uma rotina de hábitos saudáveis, então, é possível que o câncer seja evitado. É o que afirma a nutricionista Amanda Vitória em entrevista à Redação Integrada de O Liberal.
“Uma alimentação saudável é essencial na prevenção do câncer. Dietas ricas em vegetais, frutas, cereais integrais, leguminosas e alimentos naturais oferecem fibras, antioxidantes e compostos bioativos que ajudam a proteger as células contra mutações e inflamações crônicas. Estudos indicam que cerca de 30% a 50% dos casos de câncer poderiam ser evitados com hábitos saudáveis, incluindo a alimentação.”, afirma a nutricionista.
A profissional alerta para os alimentos a serem evitados: os ultraprocessados (ricos em aditivos químicos, açúcares, gorduras trans e sódio -, como salsicha, presunto e bacon. Além disso, segunda ela, bebidas alcoólicas também estão associados ao aumento do risco de câncer, especialmente do trato gastrointestinal, fígado e mama.
A nutricionista sinaliza ainda que a forma como alguns alimentos presentes nas mesas dos paraenses são consumidos pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de um tumor.
“Embora a culinária paraense tenha muitos alimentos saudáveis, é preciso atenção. A exemplo, a forma como se consome o açaí com adição de açúcar, farinhas e acompanhada de frituras (como charque e calabresa). Esses hábitos, quando constantes, podem contribuir para obesidade e inflamações, aumentando o risco de câncer”, afirma a especialista em nutrição.
No caso das pessoas com algum tipo de câncer, ela diz que “a boa nutrição ajuda a manter o peso e a massa muscular, fortalece o sistema imunológico, reduz efeitos colaterais do tratamento e melhora a resposta clínica e a qualidade de vida. Pacientes com câncer têm maior risco de desnutrição, por isso, o acompanhamento nutricional individualizado é fundamental desde o diagnóstico até a recuperação”