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Dia de Conscientização a Escoliose: especialistas explicam detalhes da doença e formas de tratamento

Doença é caracterizada pela curvatura anormal da coluna

Lucas Quirino

Nesta quinta-feira (27/06) é celebrado o Dia Internacional de Conscientização sobre a Escoliose Idiopática. A doença atinge crianças e pré-adolescentes na maioria das vezes e, raramente, causa dor ou desconforto, dificultando o diagnóstico precoce. O presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia-Regional Pará, Dante Giubilei, explica que a coluna vertebral tem curvas naturais nas regiões cervical, torácica e lombar, mas a escoliose envolve uma curvatura lateral que pode ocorrer em forma de "C" ou "S".

Há diversos tipos de escoliose: a congênita, resultante de malformações vertebrais presentes no nascimento; a neuromuscular, associada a condições como paralisia cerebral e distrofia muscular; a degenerativa, que ocorre em adultos devido ao desgaste dos discos intervertebrais e articulações; a funcional, resultado de uma condição fora da coluna, como uma diferença no comprimento das pernas; e a mais comum, especialmente em adolescentes, a idiopática.

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Como surge a escoliose?

O especialista relata que a escoliose idiopática geralmente se desenvolve durante a fase de crescimento rápido, especialmente na adolescência. A causa exata é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos desempenham um papel significativo. 

“Pode progredir rapidamente durante os surtos de crescimento, e a gravidade da curvatura pode variar amplamente entre os indivíduos. A escoliose idiopática do adolescente é a mais frequente de todas as escolioses, representando cerca de 80% dos casos, e afeta mais meninas do que meninos”, aponta Dante.

A prevenção somente é possível na escoliose idiopática e degenerativa, por meio de terapias de intervenção de escoliose em estágio inicial e com testes apropriados de saúde óssea e terapia. Isso é especialmente recomendado para adultos com mais de 40 anos com escoliose.

Conforme o especialista, a escoliose afeta a vida das pessoas nos seguintes âmbitos: físico, causando dor nas costas, rigidez, desconforto, além de problemas cardíacos e pulmonares em casos graves; psicológico, levando a problemas de autoimagem e autoestima, especialmente em adolescentes; e funcional, limitando a capacidade de realizar atividades físicas e afetando a qualidade de vida geral.

Importância do diagnóstico precoce para o tratamento

A fisioterapeuta Marina Cardoso, de Ananindeua, alerta para a importância do diagnóstico correto ainda no início dos sintomas, por se tratar de uma curva de deformidade progressiva. “O diagnóstico precoce é super importante tendo em vista que no estirão de crescimento é quando a deformidade aumenta muito. Se o diagnóstico é precoce e correto, essa criança/adolescente pode realizar o tratamento o mais rápido possível, evitando o uso de coletes ortopédicos”, alerta a fisioterapeuta.

No diagnóstico tardio na fase adulta, pode ser preciso uma possível cirurgia para fixação dessas vértebras para corrigir e evitar a grande deformidade. “E se chega em uma idade mais avançada e não pode realizar cirurgia e a curvatura contínua grande, é possível ter compressão de alguns órgãos, como por exemplo o pulmão, podendo causar falta de ar, dentre outros prejuízos que pode acarretar na vida adulta”, afirma a especialista.

O tratamento da escoliose depende da gravidade da curvatura, da idade do paciente e do tipo de escoliose, podendo ir desde o uso de coletes ortopédicos, para prevenir a progressão da curvatura em crianças e adolescentes com potencial de crescimento ósseo, a cirurgia em casos graves, para corrigir e estabilizar a coluna

A fisioterapeuta conclui que o mais recomendado para se tratar a escoliose são exercícios específicos. “O objetivo dos exercícios é trabalhar de acordo com a especificidade de cada curva, conforme o padrão Lenke, e se é uma curva mais rígida ou flexível, por exemplo. E realizar exercícios com intuito de corrigir essa curva”, orienta.

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

Saúde