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Carnaval antecipa partos cesarianos no Brasil; saiba o porquê

Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) aborda os riscos de um parto antecipado e os benefícios de um nascimento na data agendada - e até em caso de postergação

Gabriel Bentes
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A cesariana é uma forma de nascimento a quem, por motivos pessoais ou de saúde, não quer ou não pode dar à luz de forma natural. Segundo um estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), publicado neste mês no periódico Health Economics, muitas cesáreas previstas para ocorrer em meio ao feriado de carnaval são antecipadas ou adiadas, o que pode trazer riscos e benefícios, respectivamente.

Segundo o estudo, a prática de antecipar o parto por via cirúrgica reduz a idade gestacional e o peso dos bebês ao nascer – principalmente daqueles de gestações de alto risco e da parte inferior da distribuição de peso ao nascer. A pesquisa foi realizada pelos economistas e professores do Insper Carolina Melo e Naercio Menezes Filho.

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“Nossa pesquisa mostrou que existe, sim, uma extensa manipulação das datas dos partos em função do feriado de carnaval. Isso acontece por meio do deslocamento de cesarianas programadas e envolve, principalmente, mulheres menos vulneráveis, de maior nível educacional”, diz Melo.

Por outro lado, os casos de cesariana adiadas podem trazer benefícios para o bebê. “Quando, por vários motivos, os nascimentos não podem ser antecipados por meio de cesarianas, as gestantes acabam esperando um pouco mais e muitas entram em trabalho de parto naturalmente, tendo partos vaginais. As análises mostram que isso pode levar a resultados melhores em termos de maturidade gestacional e sobrevivência neonatal”, diz a pesquisa.

Embora o estudo tenha delimitado seu foco no período do carnaval, a pesquisadora diz que a tendência de antecipar artificialmente as datas dos partos é mais geral, e não se restringe aos feriados. “Enquanto a OMS recomenda um período gestacional mínimo de 39 semanas, a média brasileira é de 38,5 semanas. Isso significa que muitos bebês estão nascendo antes do tempo seguro”, diz Mello.

(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Ana Matos, editora de oliberal.com)

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