Breves contabiliza 26 casos e 5 óbitos por febre amarela neste ano
Todos os casos ocorrerão na zona rural do município do Marajó.
O município de Breves, na região do Marajó, contabiliza no início deste ano 26 casos confirmados de febre amarela e cinco óbitos pela doença. Todos ocorreram na zona rural do município. A Prefeitura Municipal de Breves informou que realizando investigações nas localidades e bloqueio vacinal, para prevenir a doença, com várias ações nas zona rural e na zona urbana. Atualmente, a secretaria de saúde de Breve vacinou mais de 15 mil pessoas com o apoio do Estado, do Ministério da Saúde e da Marinha do Brasil, onde as equipes visitaram mais de 60 comunidades da zona rural.
A orientação para os moradores é que se previnam com a vacinação, utilizem repelentes e reaplique conforme a orientação do fabricante, vistam roupas de manga longa e calças em áreas de risco, evite locais de mata fechada sem ser vacinado, instale telas em portas e janelas para impedir a entrada dos mosquitos e elimine criadouros de mosquitos, evitando o acúmulo de água parada.
A febre amarela é uma doença viral aguda, febril e potencialmente grave, causada pelo vírus da febre amarela (família Flaviviridae, gênero Flavivirus). A doença é uma arbovirose transmitida por mosquitos vetores, sendo considerada uma zoonose endêmica em áreas tropicais da América do Sul e da África.
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A transmissão da febre amarela ocorre através da picada de mosquitos infectados. Os ciclos de transmissão podem ser do tipo silvestre, quando a transmissão ocorre entre macacos e seres humanos, e o urbano, quando envolve a transmissão pelo Aedes aegypti, nas cidades. O ciclo urbano não é registrado no Brasil desde 1942. O grande risco é que o ciclo urbano resulte em surtos explosivos.
"A febre amarela é uma doença viral potencialmente fatal, com alta taxa de letalidade na forma grave. Além disso, apresenta três características epidemiológicas que justificam a necessidade de vigilância constante", diz o infectologista Lourival Marsola.
As três características epidemiológicas da febre amarela são o potencial epidêmico, a gravidade e o risco de reurbanização da doença. A febre amarela tem a possibilidade de ocasionar surtos explosivos. A gravidade da doença também pode progredir rapidamente para falência hepática, insuficiência renal e hemorragia sistêmica, o que pode ser fatal. Não há tratamento antiviral específico, apenas suporte intensivo. E, o terceiro risco, de possibilidade de reurbanização dos casos silvestres, se trata do vírus voltar ao ciclo urbano, pode haver rápida disseminação em áreas densamente povoadas.
A capital paraense não registrou nenhum caso ou de morte por febre amarela. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que não há registro de casos ou mortes de febre amarela contraída no município de Belém (casos autóctones). "A principal forma de prevenção em ambientes urbanos é a vacinação contra a doença. Em 2024 foram aplicadas 40.280 doses da vacina em Belém. Este ano foram aplicadas 8.115 doses", diz em nota.