Balé na vida adulta: dança ajuda a manter a saúde física e mental
Melhoria da postura, flexibilidade e consciência corporal são alguns dos benefícios
Melhoria da postura, flexibilidade e consciência corporal são alguns dos benefícios
Verônica Cordeiro, mãe de Pérola, se divertia arrumando a filha de três anos para as aulas de balé. Para ela, o momento de produzir a pequena, escolher o penteado e as roupas antes de levá-la para as aulas era um momento especial na rotina das duas. Inspirada pela filha, Verônica viu a oportunidade de realizar um sonho de infância e se matriculou no balé para adultos, aos 40 anos.
“Eu ficava observando as aulas dela pela porta para ver como é, e achei encantador a música, o movimento, as bailarinas todas bem arrumadinhas, com o cabelo igual, as roupinhas, sapatilhas. Sempre quis fazer balé, desde criança, mas na época não era possível”, relata Verônica.
“Quando surgiu a oportunidade de entrar no balé adulto, eu pensei: meu Deus, será que eu vou? Balé é só para quem começa quando criança. E não, isso é uma ilusão. A gente pode fazer balé em qualquer momento da vida”, diz Verônica. Apesar da dança ser comumente associada à infância, a prática na vida adulta pode trazer uma série de benefícios, como a melhoria da força muscular, do equilíbrio corporal e também relativos à saúde mental, já que ajuda a liberar hormônios como serotonina, endorfina e dopamina.
Veja mais
O balé trabalha com a amplitude dos movimentos e a flexibilidade, auxiliando no fortalecimento dos músculos. A partir disso, a postura, o equilíbrio e a coordenação motora melhoram, por meio de exercícios específicos para cada grupamento do corpo humano, onde são trabalhadas as partes superiores, inferiores, os músculos internos, entre outros.
Jaisa conta ainda que na escola onde trabalha, algumas bailarinas têm limitações nas articulações e nas aulas, elas têm a oportunidade de trabalhar os grupamentos musculares que sentem dificuldade, e ao decorrer das práticas os músculos se fortalecem, o que evita lesões futuras.
“Se temos um bailarino idoso ou com alguma deficiência, ou que tenha uma limitação mais grave, não existe impedimento para que ele faça a aula de balé. Pelo contrário, nós conversamos com cada aluno, vemos as dificuldades e adaptamos os movimentos e exercícios para que ele consiga executar também”, explica.
Na vida adulta, muitas vezes é preciso conciliar a rotina de estudos, trabalho e lazer com a vida familiar e os filhos, e é nesse momento que o balé pode se tornar uma válvula de escape, atuando para reduzir o estresse e a ansiedade. “As bailarinas adultas chegam na sala de aula felizes por realizar um sonho de infância. Nas aulas tem toda uma socialização, promovemos um ambiente positivo, e o balé traz isso para as pessoas. Pode ser homem, mulher, cada um com suas limitações físicas ou talvez mentais, nós vamos trabalhando todos os dias para que eles melhorem e saiam diferentes de como chegaram”, afirma Jaisa.
Para a bailarina Aymee Oliveira, a dança é um refúgio em meio a rotina intensa, cheia de desafios e responsabilidades. “No momento em que entro na sala de aula, tudo o que pesa se dissolve na harmonia dos movimentos e na melodia que preenche o espaço. A arte, a música e a dança me envolvem de uma forma que me fazem sentir mais leve, mais presente, mais eu. É como se, por alguns instantes, o tempo desacelerasse e eu pudesse simplesmente fluir”, relata.
“Na vida adulta, muitas vezes nos afastamos da arte, da liberdade do movimento, da beleza de simplesmente existir no presente. Mas o balé nos lembra que ainda podemos sonhar, nos desafiar e nos encantar com a própria jornada. Afinal, dançar é uma conversa silenciosa entre a alma e o corpo, e essa troca nunca deveria ter idade para acontecer”, reflete Aymee.
Fonte: Escola de Dança Petit Danse.
*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista