Anvisa obriga retenção de receita para compra de canetas emagrecedoras como Ozempic

Medida busca conter uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento

Hannah Franco | Esepcial em O Liberal
fonte

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu que, a partir desta quarta-feira (16), medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda, Mounjaro e similares — popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras” — só poderão ser vendidos mediante retenção obrigatória da receita médica. A nova regra atinge farmácias de todo o país e busca conter o uso indiscriminado desses fármacos, cada vez mais populares entre quem busca emagrecimento rápido.

Embora esses medicamentos já sejam classificados como de tarja vermelha, ou seja, exigem prescrição médica, na prática, muitos estabelecimentos não exigiam a entrega da receita no ato da compra. A partir de agora, a receita deverá ser retida pela farmácia, o que impossibilita o uso repetido do mesmo documento.

VEJA MAIS

image Canetas emagrecedoras: valor, benefícios e efeitos colaterais
Remédios injetáveis usados para perda de peso 'rápida' podem custar mais de R$ 1 mil; veja os preços e as marcas disponíveis no Brasil

image Canetas emagrecedoras: especialista explica qual é a principal diferença e cuidados ao consumir
Ozempic e Wegovy são os medicamentos mais conhecidos; já o Mounjaro chega ao Brasil em junho deste ano

A decisão foi tomada de forma unânime durante reunião da diretoria colegiada da Anvisa, após forte pressão do Conselho Federal de Medicina (CFM) e de sociedades médicas que apontaram a necessidade de maior controle.

Riscos do uso sem acompanhamento médico

Originalmente indicados para o tratamento de diabetes tipo 2, os medicamentos com substâncias como semaglutida (caso do Ozempic e Wegovy) e liraglutida (Saxenda e Victoza) passaram a ser amplamente utilizados para fins estéticos — o que acendeu um alerta entre médicos e especialistas.

Segundo as sociedades brasileiras de Endocrinologia e Metabologia e de Diabetes, o uso sem prescrição adequada pode causar efeitos colaterais como náuseas, constipação, distensão abdominal, diarreia e até agravar distúrbios alimentares e psicológicos.

Além dos riscos à saúde, outro ponto de atenção é o acesso desigual aos medicamentos: o uso indiscriminado tem causado desabastecimento em farmácias, dificultando o acesso para pacientes que realmente dependem desses remédios como parte de seu tratamento.

Obesidade no Brasil

A obesidade já afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. No Brasil, mais da metade da população adulta apresenta sobrepeso ou obesidade, de acordo com dados recentes. A condição está diretamente associada a doenças graves como diabetes tipo 2, hipertensão, problemas cardiovasculares e hepáticos, além de impactar negativamente na qualidade e na expectativa de vida.

Apesar disso, as opções de tratamento farmacológico ainda são limitadas. Estudos recentes demonstram que os medicamentos baseados em GLP-1, como as canetas emagrecedoras, vêm atingindo resultados de perda de peso comparáveis aos da cirurgia bariátrica, o que explica a crescente procura.

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Saúde
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!