Em Salinas, restaurante na praia reaproveita óleo de cozinha para produzir sabão
Empreendedores cuidam do meio ambiente e, consequentemente, do lazer sustentável dos banhistas
Com as férias escolares, o fluxo de visitantes nas praias do Estado aumenta e, infelizmente, isso resulta automaticamente em acúmulo de lixo nas faixas de areia. Prova disso é que em julho do ano passado em Salinas, no nordeste paraense, imagens de rastro de lixo e fezes na praia do Atalaia, uma das mais frequentadas da região, viralizaram nas redes sociais e chamaram atenção do poder público.
“Outra questão muito séria, é a situação dos restos de alimentos que acabam atraindo vetores como baratas ou moscas que nos trazem doenças. É importante lembrar que a carência de saneamento também provoca doenças na nossa pele. Portanto, esse despejo irregular de lixo ou restos de alimentos ocasionam em problemas lesivos à nossa saúde”, continua Paulo Pinho.
Por isso, é importante conscientizar a população sobre as formas corretas de descartar os resíduos, seja na praia ou na cidade. “É necessário que o ser humano saiba cognitivamente racionalmente das consequências do despejo irregular de lixo, mas também que ele tenha valores, respeito e altruísmo em relação às outras espécies e também a nossa própria espécie, pois os animais e nós, seres humanos, somos afetados pelo problema do lixo. Então é a questão da educação, inclusive para que tenhamos uma postura correta, independente do processo de fiscalização do poder público”, pondera o pesquisador.
Cuidados para os banhistas
Paulo Pinho ressalta a importância dos órgãos públicos cuidarem da balneabilidade das praias no Pará, o que dá mais segurança aos banhistas no lazer. Já o veranista, pode se cuidar também olhando melhor onde pisa.
“Antes dos banhistas, os órgãos públicos devem ter o cuidado com a questão da balneabilidade das praias, que precisamos melhorar a cobertura desse serviço, para termos um monitoramento das nossas águas do Pará, seja praias, rios ou igarapés. Agora, os banhistas devem se atentar onde pisam para não acabar se furando, se cortando com caco de vidro ou qualquer outro material. E quando se ver lama negra, pense que pode ser esgoto, então é importante andar calçado, lavar os pés, lavar as mãos com frequência porque essa higiene é fundamental para evitar doenças”, aconselha.
O engenheiro também ressalta que os banhistas devem ir às praias com um local para separar e guardar seu lixo corretamente, seja reciclável ou não.
“Se eu vou na praia, devo levar um saco para o resíduo reciclável e outro para o resíduo comum, que a gente chama de rejeito, aquele que não é aproveitado. Ainda bem que agora nós vamos receber a COP 20 em Belém, no ano de 2025, e todo mundo vai falar sobre meio ambiente. Mas não podemos esperar para que as pessoas tenham mais consciência. Então faço esse apelo, separem corretamente seus resíduos e cuidem mais dos nossos espaços públicos”, finaliza.