Rascunho do texto da COP 28 não fala sobre eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis
O documento ainda está sendo negociado pelos países participantes e só será definido na plenária final da conferência, nesta terça-feira (12)
Um rascunho do texto final da COP 28 (28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que acontece em Dubai, foi divulgado na manhã desta segunda-feira (11). O documento não apresenta qualquer menção sobre a eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis, principal ponto de debate desta edição da conferência do clima.
Uma versão final está sendo negociada pelos representantes de quase 200 países participantes da COP 28, que termina nesta terça-feira (12).
Até o momento, o documento não menciona diretamente a eliminação dos combustíveis fósseis, mas fala sobre redução de seu consumo e produção, além de outras medidas, como triplicar a capacidade das energias renováveis até 2025 e dobrar a média de eficiência energética até 2030.
O objetivo final seria zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050. Dessa forma, a ideia é fazer a transição para energias de emissão zero ou baixas, com tecnologias renováveis, nucleares e de captura e armazenamento de carbono.
Por se tratar de um rascunho, a versão do documento ainda pode ser alterada até a plenária final da COP 28, nesta terça (12). Duas rodadas de negociações sobre o texto devem acontecer ainda hoje (11). Definições mais claras sobre a eliminação dos combustíveis fósseis encontram resistência entre os países consumidores e produtores de petróleo.
Para especialistas, um texto que não especifique a eliminação gradual é uma frustração das ambições iniciais da COP 28, já que esse é considerado um passo fundamental para frear o aquecimento global.
Em entrevista coletiva em Dubai, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que o sucesso da COP 28 depende de que abordagem será dada pelas nações sobre o uso de combustíveis fósseis.
Apesar de ainda não ter lido o rascunho por completo, ela reforçou que é preciso que as decisões estejam alinhadas com as recomendações científicas. "Os resultados precisam ser coerentes no que a ciência diz que precisamos assumir. Faz 31 anos que dizemos [que a principal causa das mudanças climáticas são] os combustíveis fósseis," afirmou.
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