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Tradição e inovação andam lado a lado no Rainha das Rainhas

Ao longo de mais de 70 anos de concurso passou por várias inovações

Vito Gemaque
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Ao longo de mais de 70 anos, o concurso Rainha das Rainhas une características que podem parecer distantes no início, mas que se complementam e renovam o evento ano após ano. A tradição, o glamour e a inovação são aspectos presentes no concurso reconhecidos por todas as campeãs. O maior concurso de beleza e fantasia do Norte do País reúne candidatas dos principais clubes sociais que sonham em se tornar a Rainha do Carnaval paraense.

A 25ª Rainha do concurso Ana Júlia Brito Chermont acredita que a essência continua a mesma. “Eu diria que não mudou o formato, a essência, o glamour do concurso, apenas com a mudança das décadas ocorreu a evolução. O concurso se modernizou sempre para melhor”, avalia. Na época da campeã de 1971, as candidatas desfilavam em carro aberto no centro de Belém acompanhadas pelo Rei Momo da capital até a boate da Assembleia Paraense onde era realizado o evento.

image Ana Júlia Chermont foi a Rainha das Rainhas de 1971. (Sidney Oliveira - O Liberal)

Ana também foi responsável por uma das maiores inovações do concurso. Ela foi a primeira candidata a se apresentar com coreografia e trilha sonora própria. A ideia para chamar a atenção dos jurados foi da equipe da estilista Nilza Silva. Esse foi um dos momentos mais importantes para a Rainha. Para ela, ter sido a precursora da coreografia e trilha sonora foi muito marcante. “As moças desfilavam sem música, a ideia genial foi da equipe da estilista dona Nilza Silva”, revela.

Foi graças a possibilidade de dançar no Rainha das Rainhas que a estudante de odontologia Juliane Santos, de 22 anos, conseguiu ter mais segurança para enfrentar os jurados e o público no último concurso realizado em 2020, antes da pandemia de Covid-19 interromper a premiação. A jovem ganhou o primeiro título para a Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa (Asalp). Por sempre dançar nos concursos de quadrilha junina como miss, Juliane estava mais acostumada com a pressão de uma apresentação.

“Eu sempre colocava o concurso como o meu maior sonho. Fiquei 19 anos sonhando, mas eu iria fazer algo que sempre fiz na minha vida, não seria um bicho de sete cabeças, eu tinha o desafio de dançar com a fantasia pesada, e enfrentar os jurados e público, o que não era novidade para mim. Isso eram coisas que me deixavam mais segura”, revela.

O colunista Ismaelino Pinto foi o apresentador mais longevo do concurso. Ele que acompanhou de perto várias mudanças durante 12 anos entende que o concurso continua surpreendendo a todos. “Eu acho que o concurso está vivo ainda. A cada ano tu te surpreendes, é como o desfile das escolas de samba, sempre tem uma novidade. O concurso também tem isso, tem essa coisa da inovação, da criatividade, e uma outra coisa que é bacana, hoje as fantasias que têm recursos tecnológicos, iluminação própria, coisas que antigamente não tinham”, conta.

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