Confecção do troféu entregue à Rainha das Rainhas é um ofício de amor

O troféu entregue à Rainha das Rainhas do carnaval paraense é um objeto de desejo de muitas jovens que sonham com as passarelas e holofotes. Por isso, cada uma das peças que chegam às mãos das vencedoras do concurso é confeccionada com absoluto esmero pelo artista plástico Joaquim Lassance Maya, de 85 anos, 22 deles dedicados a essa tarefa. Realizado desde 1946, o maior evento de fantasia carnavalesca do Pará tem na criação artística de Lassance seu símbolo principal desde 1998. 

"Passei a confeccionar o troféu porque, antigamente, a Rainha das Rainhas era literalmente coroada e os acessórios vinham diretamente de São Paulo, mas o material acabava se deteriorando um pouco. Então na antevéspera do concurso de 1998, o Guarany Júnior - diretor de Marketing de O Liberal - me lançou o desafio de confeccionar o troféu. E eu aceitei", conta Lassance Maya.

O troféu caiu no gosto das candidatas e da coordenação do concurso. A partir daí, Lassance foi incumbido de elaborar e confeccionar o troféu da Rainha das Rainhas, que é revelado somente na véspera do concurso. 

Em 2019, o artista trabalhou com uma proposta de troféu feito em acrílico e resina, de estrutura em alto relevo reproduzindo a logomarca do concurso. 

Com a experiência de 36 exposições individuais, a última no Museu de Arte de Belém (MABE), em junho de 2018, como retrospectiva de seus 40 anos como artista plástico, Lassance se destaca na produção de pinturas, esculturas, xilogravuras e desenhos. "E me orgulho de confeccionar o troféu do Rainha das Rainhas", completa. "É um evento com uma tradição de 73 anos que nunca caiu de categoria; pelo contrário, é sempre uma atração. E com o qual eu me sinto realizado em poder contribuir". 

Este ano Lassance confeccionou cinco troféus: o oficial da Rainha 2019, do clube por ela representado, do estilista responsável pela fantasia, do coreógrafo e do maquiador. Lassance adiantou que também vai conferir o concurso na noite deste sábado (23).