Como as fantasias do Rainha das Rainhas evoluíram e fizeram história
O concurso Rainha das Rainhas, tradição do Carnaval paraense, chega à 77ª edição destacando criatividade, luxo e performances marcantes
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O concurso Rainha das Rainhas tem sido um dos destaques do Carnaval paraense ao longo de suas 77 edições, encantando o público não apenas pela beleza e carisma das participantes, mas também pela ousadia e inovação das fantasias. O evento se consolidou como uma vitrine para o talento dos estilistas, que a cada ano surpreendem com novas técnicas, materiais e performances diferenciadas. A edição de 2025 será realizada no dia 22 de fevereiro, com transmissão ao vivo pelo portal O Liberal.com, G1 Pará e pela TV Liberal.
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Neste ano, há grande expectativa quanto aos temas que serão abordados nas fantasias, especialmente pela presença de elementos regionais. Com Belém sediando, em novembro, a COP 30 – maior conferência global sobre mudanças climáticas –, o concurso também acompanha essa tendência. A coordenação reforça seu compromisso ambiental e, pela primeira vez, a faixa da vencedora será confeccionada na cor verde, simbolizando a importância dos debates ambientais e celebrando o momento histórico da cidade como palco de um evento mundial.
A diretora-geral do concurso, Giordana Maiorana, destacou que a criatividade dos estilistas tem evoluído constantemente, resultando em produções cada vez mais inovadoras.
Segundo ela, os profissionais investem em novidades tanto na estrutura quanto na tecnologia das fantasias, sempre buscando aprimorar o impacto visual e a performance das candidatas. "Sabemos o quanto todos são dedicados em mostrar e fazer sempre o melhor", afirmou.
Recordações
Para muitos apaixonados pelo evento, como o cabeleireiro e maquiador Wilson Viâna, de 38 anos, o Rainha das Rainhas é mais do que uma competição: é uma tradição que acompanha gerações.
“Meu interesse começou ainda criança. Com oito anos, já acompanhava o concurso pela TV e, como gostava muito de desenhar, comecei a rascunhar as fantasias das rainhas e a guardar os jornais com reportagens sobre o evento”, relembrou Wilson, que mantém essa coleção há três décadas.
Entre as fantasias que marcaram época, Wilson destaca a campeã de 96, Carolina Fontes Venturieri, que representou o Clube de Engenharia com o tema ‘Acorda Belém - Patrimônio de Fé’.
“Foi uma homenagem marcante ao Círio de Nazaré, trazendo toda a religiosidade e emoção da festa para o palco”, comentou.
Em 97, Renata Maroja Gemaque, do Pará Clube, impressionou ao levar duas araras vivas ao palco com o traje ‘Minehah - Encanto Amazônico’. “Aquilo foi uma inovação, um verdadeiro espetáculo de integração entre natureza e fantasia”, lembra Wilson.
Relembre a apresentação:
Já em 98, Margarete Barbosa, do Clube Monte Líbano, conquistou o público com a exuberância da cor e o resplendor gigantesco da fantasia ‘Brilho e Luz do Taj Mahal’. “A cor vibrante e a grandiosidade do resplendor tornaram a apresentação inesquecível, era um deslumbre”, afirmou.
Em 2001, Izabella Lustoza Bentes, da Assembleia Paraense, brilhou ao interpretar ‘Kamasutra - A Sedução Indiana', chamando atenção pela transformação proporcionada pela maquiagem. “Ver uma loira se tornar uma bela morena apenas com maquiagem foi impactante, realçou ainda mais o tema exótico”, explicou o maquiador.
Outro momento inovador, segundo Wilson, veio em 2004, com Taíze Corrêa da Costa, do Clube dos Médicos, que usou os dois lados do resplendor de forma inédita na fantasia ‘Deusa Tália - Musa inspiradora de artistas e escritores’. “Ela revolucionou o conceito de resplendor, criando um efeito visual único”, destacou.
Já em 2005, Bruna Santos, candidata da Assembleia Paraense, surpreendeu com efeitos de luzes impressionantes em seu resplendor. “Até hoje, nunca vi nada tão espetacular em um único resplendor, foi um show de tecnologia e criatividade”, afirma.
Para Wilson, a apresentação de Taíze em 2004 marcou uma nova era no concurso. “A revolução nas fantasias começou ali. A performance dela fez com que estilistas e coreógrafos se reinventassem. Desde então, as apresentações nos surpreendem cada vez mais”, comentou.
Além da imponência das fantasias, os temas escolhidos pelas candidatas sempre chamaram atenção. “Deusas, rainhas, culturas, festas, épocas... Amo os temas”, destaca Wilson, que vê no Rainha das Rainhas um evento que transcende o Carnaval e a moda, se tornando um marco cultural de Belém.
“O concurso surgiu para tirar a atenção da população da Segunda Guerra Mundial e trazer algo divertido, que une as pessoas em uma única festa. Nunca vai perder seu brilho nem sua importância para a cidade”, afirmou.
O Rainhas das Rainhas 2025 acontecerá no dia 22 de fevereiro, a partir das 20h, na sede da Assembleia Paraense. O evento será transmitido pelo portal o Oliberal.com e também, ao vivo, na TV Liberal. O concurso tem patrocínio do Centro Universitário Fibra.
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