Vereadores de Belém opinam sobre flexibilização no uso de máscaras
Diversas cidades brasileiras e pelo mundo já encerraram a obrigatoriedade do uso do equipamento de segurança contra covid-19
O fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em diversas cidades brasileiras tem feito os vereadores de Belém refletirem sobre o tema. Cidades brasileiras e pelo mundo já encerraram a obrigatoriedade do uso do equipamento de segurança contra covid-19.
VEJA MAIS
Para Mauro Freitas (PSDB), basta andar pela cidade, em shoppings, restaurantes e cinemas, para ver que o uso do equipamento de segurança contra a covid-19 já não é mais tão constante. "Quando nós entramos em um restaurante, por exemplo, você adentra o restaurante de máscara e, quando senta na mesa, retira a máscara. Entrar de máscara e não permanecer com a mesma... não vejo sentido", alega.
Segundo o vereador, o avanço da vacinação e ampliação da terceira e quarta dose, bem como os imunizantes aplicados em crianças, já tornam o uso das máscaras menos necessários no atual estágio da pandemia.
"Retirar totalmente eu não sei se seria uma medida adequada, mas acho que cobrar de forma intensiva o uso da máscara também já meio que perdeu o sentido. Temos acompanhado que praticamente a população toda está andando sem máscara e não tem aumentado o índice de contágio, pelo menos em Belém e em outras capitais que vêm acabando com a obrigatoriedade", afirma.
Opiniões no cenário político de Belém são variadas
Matheus Cavalcante (Cidadania) concorda com o colega sobre o atual quadro epidemiológico da cidade. Mas, na opinião do vereador, que é o líder da oposição na Câmara, é melhor manter a obrigatoriedade do uso de máscaras nos ambientes fechados.
"Diante do atual quadro estável da taxa de ocupação de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva e principalmente por já termos alcançado mais de 80% da população vacinada com no mínimo a segunda dose em Belém, garantindo a superação mais tranquila das novas variantes, considero que já poderíamos flexibilizar o uso de máscaras nos espaços abertos da cidade", opina.
Para o vereador Allan Pombo (PDT), a hora pede cautela e avaliação precisa dos dados epidemiológicos atualizados da capital paraense. Segundo o líder do governo, Belém está de parabéns pela ampla cobertura vacinal que conquistou, mas a sugestão sobre o fim do uso de máscaras precisa partir da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).
"Ainda não tive nenhuma reunião com os setores responsáveis pela saúde do município. Minha opinião é que se a gente tiver informações de abrandamento dos casos mais rígidos e assim for a sugestão da Sesma, a gente acata. Minha opinião seria mais política do que técnica, pois não sou especialista, mas por enquanto acho que não é momento de flexibilizar o uso de máscaras não", diz.
Fernando Carneiro (Psol) assina embaixo. Ele lembra que a maioria da população já está cansada do uso de máscaras e que, no que dependesse dele, a obrigatoriedade no uso dos equipamentos seria encerrada.
"Mas desde que seja baseado em estudos, não na vontade. Na ciência, a gente não trabalha com vontade, e sim com estudo. Essa é uma questão científica. Estou em contato com os técnicos da Sesma e a informação é que eles estão fazendo esse levantamento e acredito que deve ocorrer de forma paulatina, primeiro liberando os espaços abertos, com grande ventilação e pouca aglomeração, e depois avançando para espaços fechados. Mas o momento é de aguardar os estudos técnicos, mas creio que estamos perto da liberação em espaços abertos, por conta da redução de casos e da mortalidade", conta.
Avaliação de dados epidemiológicos
Segundo Renan Normando (Podemos), somente os órgãos responsáveis e profissionais técnicos da área da saúde podem responder ao questionamento de forma satisfatória. Ele afirma que, neste cenário, a comprovação da vacinação contra a covid-19 deve ser reforçada.
"Quanto ao uso de máscaras, eu sou a favor da ciência. E acredito que a exigência do passaporte vacinal em estabelecimentos deve continuar, pois já está comprovado a eficácia das vacinas em relação ao vírus", reitera.
Bia Caminha (PT) advoga pelo mesmo. Segundo ela, é preciso avançar cada vez mais na contenção e superação da crise sanitária, pois não foram poucos os danos causados pela pandemia, principalmente para as famílias mais vulneráveis.
"É dever da ciência e do estado buscar maneiras de seguirmos em frente. Acredito na ciência, portanto, assim que a Organização Mundial da Saúde emitir parecer técnico indicando que não precisaremos mais de máscaras, serei também favorável. Entre achismos e ciência, sempre estou do lado da ciência", pontua.