Vereadores apostam nas redes sociais para se aproximar de eleitores
Com o contato direto comprometido pelas medidas de distanciamento sociais, eleições dependem de estratégias virtuais
Com o tradicional corpo a corpo com o eleitorado durante a campanha política ameaçado, em razão dos riscos de contaminação pelo coronavírus, vereadores de Belém apostam nas redes sociais para se aproximar da população e passar sua mensagem. Os parlamentares ouvidos por O Liberal concordam com a mudança na data do pleito para novembro, como definido pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC), promulgada nesta quinta (02), pelo Congresso, por entenderem que o novo calendário, com o 1º turno agendado para o dia 15, e o 2º turno para o dia 29 de novembro, garante mais segurança. Ainda assim, acreditam que a campanha terá que ser ‘reinventada’, já que comícios e passeatas, por exemplo, deverão ser evitados.
“Eu acho que agora todos nós vamos precisar entender e se adequar ao ‘novo normal’. É a realidade. Eu imagino que vai ser um processo eleitoral muito heterogêneo, principalmente por conta da diversidade e diferenças dos municípios. Em Belém, você pode ter campanha com folga, em relação ao nível de contágio”, avalia Wilson Neto (PV). Para ele, diante do atual cenário, o fator determinante vai ser a rede social virtual. “Acho que nesse momento, a gente tem que pensar em salvar vidas. Entendo que a eleição sendo adiada para novembro a gente vai ter mais tempo para ajudar a conduzir de maneira acertada o processo”, declarou.
Opinião parecida tem Nazaré Lima (PSOL). Ela ressalta que a proposta do seu partido era adiar as eleições, mas evitar estender mandatos, o que poderia ocorrer caso o pleito ficasse para o próximo ano ou 2020, como chegou a ser defendido por alguns grupos. “Nós temos a necessidade de eleição ainda esse ano, a gente precisa garantir o processo democrático e em outubro ainda está muito incerto quanto à questão da pandemia”.
Igor Andrade (PSB) é outro vereador que aposta nas mídias sociais virtuais como principal ferramenta das próximas eleições. “O eleitor, na minha opinião, vai compreender que nós passamos por um processo diferente. Então, cada vez mais, a força das redes sociais vai ser importante. Mas o processo como um todo vai ser prejudicado, porque aquele contato, as reuniões, serão prejudicadas. Cada vez mais as redes sociais vão ser importantes para que a gente chegue próximo do eleitor e passe as propostas e as ideias”, declarou.
Adiamento
Simone Kahwage (PPS) argumenta que sua opinião “como cidadã”, era de que o pleito fosse adiado para o próximo ano, pois haveria um tempo justo para todos os candidatos mostrarem seu trabalho. “Esse ano, de março pra cá, ficou muito tempo sem ninguém mostrar as propostas. É igual alunos na escola, um ano que ficou perdido. Acho que não seria coerente fazer esse ano”, declarou. Por outro lado, “como política” com mandato, ela afirma que a mudança na data do pleito de outubro para novembro foi boa. “E em relação à saúde da população, o mais coerente era novembro.
No que se refere a campanha, ela também entende que o melhor recurso do candidato serão as redes sociais. “É muito mais fácil você falar hoje com uma pessoa pelas redes sociais do que o corpo-a-corpo. As pessoas estão receosas. Vai ser complicado chegar na comunidade, a gente não vai poder levar toda a equipe”.