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'Tribunais têm que se preocupar em fazer justiça', diz Moro sobre anulação de sentenças da Lava Jato

Pré-candidato à presidência da república concedeu entrevista ao O Liberal; assista

O Liberal

Em entrevista ao Grupo Liberal, que foi ao ar às 12 horas desta sexta-feira (17), o ex-juiz Sérgio Moro criticou as recentes decisões que mudam sentenças relacionadas à operação Lava-Jato.

Para Moro, que é pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, as instituições devem ser respeitadas, mas as decisões são “lamentáveis”. “Essas decisões de anulação de condenações por corrupção por mero formalismo, por tecnicismo... para dizer que ‘não era Justiça Federal, era a Justiça Eleitoral’, que tinha que julgar por conta de uma mudança de jurisprudência. Essa mudança de execução de segunda instância, são decisões lamentáveis”, disse.

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Para ele, a justiça deve dar respostas à sociedade. “Os tribunais têm que se preocupar em fazer justiça na forma da Lei e deixar de lado esses formalismos e tecnicismos e dar uma resposta para as pessoas. As pessoas querem ver quem rouba o erário, quem rouba dinheiro, quem desvia dinheiro, que depois falta dos cofres públicos, na escola pública, no hospital... tem que ser punido com rigor”, destacou.

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O ex-juiz federal também discorda da afirmação de que o ex-presidente Lula, que chegou a ser preso durante as investigações da Lava-Jato, tenha sido perseguido. “Eu respeito muito (as decisões). O Supremo tem um presidente excelente, que é o presidente, ministro Luiz Fux, mas tem algumas decisões da Justiça...  O ministro Fux tem até sido vencido nessas decisões que não conferem com a realidade... Como por exemplo, a anulação da condenação do ex-presidente. Ele nunca foi perseguido, e a gente sabe o que aconteceu lá atrás, na Petrobras. Ela foi saqueada durante o governo do PT, tá?”, afirmou.

Sobre o tema, Moro comentou ainda que as recentes anulações vão no sentido contrário ao desejo das pessoas.

“Vejo com tristeza porque o trabalho não foi só meu, foi de muita gente. Foi uma conquista da sociedade brasileira. A gente não pode esquecer os milhões (de cidadãos) que foram às ruas em 2015, 2016 protestar contra a corrupção, eu respeito muito os tribunais, as instituições. Eu não sou uma pessoa que fica atacando ministro, fica atacando quem quer que seja”, apontou.

Ao avaliar sobre os ritos formais, Moro questiona as anulações das condenações. “Todo mundo que foi condenado na operação Lava Jato, vamos colocar três exemplos: Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e Lula foi processado, acusado de ter recebido suborno, propina. E aí a gente tem aquele gigantesco esquema de corrupção. Certo? Anular essas condenações por motivos formais, eu acho que não tem justificativa para isso, de forma nenhuma. Se isso acontecesse em outros locais, provavelmente haveria uma revolta”, disse.

“A Lava-Jato revelou que é um fenômeno que a gente chama de “captura do Estado”. A Petrobras, vamos colocar aqui como exemplo, ela foi capturada, ela não estava lá para servir o povo brasileiro, ela estava lá para servir políticos para se enriquecerem, diretores para se enriquecerem, e para servir um projeto de poder do PT. Esses fatos são históricos. Pode vir o tribunal e falar ‘isso não aconteceu’. Aconteceu, sim, e todo mundo sabe. Tem documentos, tem provas, tem depoimento”, afirma Moro.

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