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STF vai monitorar medidas de proteção a indígenas isolados

A decisão foi tomada nesta quinta-feira (13) pelo ministro Edson Fachin

Luciana Carvalho

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu monitorar a implementação de medidas de proteção aos povos indígenas isolados e de recente contato. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (13) pelo ministro Edson Fachin.

O monitoramento será realizado pelo Núcleo de Processos Estruturais e Complexos (Nupec) do STF, um grupo de servidores da Corte responsável por acompanhar causas de grande impacto social.

Segundo o ministro Fachin, o acompanhamento é essencial para garantir o cumprimento da decisão do STF de 2022, que determinou a adoção de medidas para a sobrevivência dos povos indígenas isolados. Fachin destacou que a ação possui um caráter estrutural, destinada a implementar políticas públicas que assegurem as condições de sobrevivência e a garantia territorial desses povos, conforme a Constituição.

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"A presente arguição de descumprimento de preceito fundamental tem feição nitidamente estrutural e, por isso, destina-se a implementar as medidas necessárias, determinadas e reconhecidas pelo plenário, de modo a efetivar uma política pública institucional que permita assegurar as condições de sobrevivência e garantia territorial aos povos indígenas isolados e de recente contato brasileiros, conforme assegurado pela Constituição da República”, afirmou o ministro.

Essas medidas foram inicialmente determinadas por Fachin há dois anos e referendadas pelo plenário no ano passado, atendendo a um pedido da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A ação no STF foi protocolada após o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas.

Conforme a decisão do ministro, as portarias que criam restrições de acesso às áreas isoladas devem ser renovadas continuamente até a conclusão definitiva do processo de demarcação, para impedir a entrada de terceiros, como missionários, garimpeiros, madeireiros e outras pessoas que possam explorar ilegalmente o território.

Em 2021, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) informou a morte do "índio do buraco", último remanescente de uma etnia não identificada que foi massacrada na década de 1990. O indígena havia sido monitorado por 26 anos pelo órgão.

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