‘Seria brutal equívoco’, diz Helder sobre Trump negar questão do clima em meio a COP 30 em Belém
Governador do Pará espera bom senso e responsabilidade de líderes globais e defende discussão pragmática sobre atual questão climática e ambiental; Para ele, Trump não ‘dará as costas’ para o clima.
O governador Helder Barbalho (MDB) acredita que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não vai ignorar a atual emergência climática do mundo. A opinião foi dada nesta quinta (7/11) em meio ao contexto da vitória do republicano, que tem visão e agenda antiambiental, e a possível ausência dele na COP 30, conferência sobre mudanças climáticas que Belém sediará em novembro de 2025, quando Trump já estiver cumprindo o segundo mandato. (Com informações da CNN)
“Nós esperamos que o bom senso e a responsabilidade de todos os líderes globais, sejam líderes públicos, sejam líderes privados, sejam as organizações não governamentais, sejam os líderes de comunidades tradicionais, todos possam estar construindo soluções que garantam com que a humanidade possa sobreviver diante das urgências ambientais”, declarou Helder. Para o governador, mesmo que Trump tenha visão ideológica diferente, o republicano não irá ‘virar as costas’ para a nova realidade. Seria um ‘brutal equívoco’, segundo o emedebista, os Estados Unidos negarem a atual realidade do meio ambiente.
Trump disse na campanha eleitoral e no discurso de vitória que o país vai explorar totalmente as reservas de petróleo. O líquido é um tipo de energia e combustível de origem fóssil que mais emite gases do efeito estufa, os quais causam o superaquecimento global. Helder acredita que o candidato dialoga durante a campanha com expectativa de parcela do eleitorado, mas que, após ser eleito, depara-se com outra realidade.
Para o governador do Pará, não existe evento climático de direita e evento climático de esquerda.
“Quando um furacão passa na Flórida, ele não pergunta se a casa destruída é de um eleitor republicano ou de um eleitor democrata. Da mesma forma, no Brasil, o lar destruído no Rio Grande do Sul não perguntou se a família que perdeu um ente querido se era progressista, se era liberal”, exemplificou.
Helder defende a racionalidade e a discussão pragmática da atual realidade climática, além de um equilíbrio desenvolvimento econômico e sustentabilidade. “As reações ambientais que estão acontecendo exigem da sociedade, de seus governantes responsabilidade para construir o equilíbrio. O que é o equilíbrio? É compatibilizar os desafios econômicos com os desafios ambientais e principalmente colocar um desafio social como ponto estratégico porque cuida da vida das pessoas”, explicou.
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Mercado de carbono como solução
O governador defendeu o mercado de carbono como solução estratégica e natural para o aquecimento global. “Neste momento, há um desafio global de redução de emissões, de neutralização das emissões. As indústrias estão emitindo gases de efeito estufa. Nós, através da nossa floresta, capturamos com a fotossíntese carbono emitido na atmosfera”, disse.
Para Helder, se as indústrias emitem gás carbônico e as florestas capturam, a neutralização pode gerar, mediante o mercado de carbono, a oportunidade de uma economia verde e sustentável em larga escala, gerando emprego e renda. “Tanto a minha expectativa é de que possamos chegar até a COP 30 aqui em Belém daqui a um ano com a sensibilização e, acima de tudo, com a consciência de que as urgências ambientais, a mudança de temperatura é necessária ser enfrentada para que a humanidade possa ter futuro”, concluiu.