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Parlamentares querem protagonismo amazônico no debate ambiental

Organização de congressistas pretende pautar experiências locais na Cúpula da Amazônia

Fabrício Queiroz

Belém se prepara para receber a Cúpula da Amazônia na primeira quinzena de agosto deste ano. Os chefes de Estado do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e França, que detém a Guiana Francesa como parte de seu território, devem vir à capital paraense para discutir a agenda ambiental global e o fortalecimento de medidas para a conservação da floresta.

Como parte dos preparativos, deputados e senadores do Parlamento Amazônico (Parlamaz) estiveram em Belém nesta semana e conheceram experiências com sistemas agroflorestais, negócios verdes e combate ao desmatamento realizadas no Estado do Pará.

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A entidade existe desde 1998, mas ficou sem atividades entre 2011 e 2021. Nessa nova fase, uma das propostas é a reativação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que visa fortalecer os compromissos dos seus países membros com a preservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais. Nesta entrevista concedida ao Grupo Liberal, o presidente do Parlamaz, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), trata da atuação da organização e a sua importância para ampliar o protagonismo político da região na questão ambiental.

A organização do Parlamaz ficou interrompida por 10 anos e voltou há dois anos. Na sua avaliação, o que é estratégico para a organização nesse momento de retomada?

Primeiro, a narrativa verdadeira dos seus componentes, sem questões políticas que normalmente envolvem essas narrativas. Aqui não se tem partido, não se tem ideologia, é a Amazônia em primeiro lugar. A composição desse colegiado é, em sua maioria, feita por parlamentares que lá vivem e que atuam no território amazônico, que para eles é algo quase sagrado para a defesa das suas causas. Eu penso que quem quiser ter uma narrativa verdadeira a respeito dos problemas e das soluções do território amazônico deve ouvir o Parlamaz.

Um dos objetivos do Parlamento Amazônico é reativar a OTCA. O senhor crê que isso é possível e de que forma ele poderia ser atualizado em relação ao que já existia anteriormente?

Um dos pontos é fazer debates como esse que estamos realizando aqui em Belém. Ouvimos o Executivo, na pessoa do governador do Pará, Helder Barbalho, os problemas que ele enfrenta e as soluções que ele encaminha. Espero que elas possam também ser debatidas no nosso colegiado a fim de que cada membro venha a contribuir para aperfeiçoar tais propostas.

Para o senhor, quais os principais avanços do Parlamaz nesse período de retomada?

Primeiro é importante destacar que nós estamos vivos e estamos presentes. Toda e qualquer autoridade que venha discutir a Amazônia no nosso país, seja da Europa, dos Estados Unidos, sempre nos demanda, nos procura e nos ouve. Em segundo lugar, é fazer valer que a nossa floresta presente, viva e saudável precisa ser valorizada em função dos povos que lá vivem. Não se pode deixar de valorizar isso, ou seja, de reconhecer isso estruturalmente porque os erros cometidos por aqueles que desmataram as suas florestas precisam ser evitados aqui. A experiência de quem vive, trabalha e tem as dificuldades do dia a dia na floresta amazônica precisam ser enaltecidas, reconhecidas e valorizadas.

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