Pará deve alcançar metas de redução de desmatamento até 2025, diz Helder Barbalho
Governador do estado participou do Fórum Econômico Mundial e destaca as iniciativas adotadas para proteger a floresta amazônica
O Pará deve alcançar as metas de redução de desmatamento e de emissões de gases poluentes até a realização da Conferência das Partes (COP) 30, em 2025, em Belém, garantiu Helder Barbalho, governador do estado, em entrevista exclusiva para o Grupo Liberal. O cenário tem como base os níveis de destruição florestal local contabilizados ao longo de 2023: o chefe do Executivo explicou que, entre 2022 e o ano passado, foram 46% a menos de áreas desmatadas em todo o território paraense - fator que pode contribuir para a realidade nacional.
Helder afirma que os índices apontam mais de mil e quinhentos quilômetros quadrados de florestas preservadas no estado. Os resultados foram levados para o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, encontro que reuniu os principais operadores da economia global e terminou na última sexta-feira (19). Além dos debates voltados para as questões financeiras, o evento também concentrou cobranças de outros países em relação aos níveis de desmatamento no estado paraense, junto a prática efetiva de propósitos para mudar o cenário.
Essa foi a terceira participação do Pará no Fórum Econômico Mundial. De acordo com Helder, as idas ao evento têm buscado mostrar que, atualmente, é “impossível tratar sobre a economia do planeta e não levar em consideração os riscos climáticos, urgências ambientais e os impactos das mudanças do clima nas atividades econômicas”. Por essa razão, o governador diz que apontar os desafios vividos na Amazônia e a necessidade de colaboração internacional nas soluções apresentadas é fundamental. “Tivemos oportunidade de discutir sobre os desafios de redução de desmatamento…”.
“Apresentar desafios do nosso plano de restauro das áreas que foram derrubadas e que devem voltar a ser floresta, mas, também, discutimos produção sustentável, principalmente no que diz respeito a pecuária do estado dentro do planejamento de rastreabilidade individual de toda a pecuária, agregando valor ao produto para que isso possa ser transformado em retorno financeiro aos produtores rurais que agirem com práticas adequadas no uso do solo e, acima de tudo, preservando o meio ambiente e a sustentabilidade”, acrescentar Barbalho.
Problema e solução
Ao longo das três participações do Pará no Fórum, Helder afirma que a visão internacional em relação ao estado passou por mudanças: ainda há a perspectiva problemática, devido aos marcadores de destruição florestal existentes na região, entretanto, as alternativas verdes pensadas para transformar a realidade local são diferenciais levados em consideração. “Somos vistos como uma referência do Brasil, somos visto como um estado que ainda é um problema, porque ainda traz consigo índices de desmatamento, mas é visto como uma solução de transição de modelo”, afirma o governador.
“Tenho dito que estamos diminuindo o desmatamento com comando, controle e fiscalização, mas é fundamental que nós possamos ofertar a quem produz no Pará soluções que sejam sustentáveis, economia verdes. Por isso, o apoio da grande economia global para implantar a bioeconomia, garantir mercado de carbono, para que as árvores da Amazônia possam capturar carbono e possam transformar isso em um mercado comercial, conseguindo gerar renda para quem opera dessa maneira, para que possamos garantir que o reflorestamento seja uma atividade através da política de restauro do estado”, frisa Helder.
COP em Belém será no ano de revisão do acordo de Paris
Belém está em fase de preparação para receber a COP 30, em 2025. Serão cerca de 185 chefes de estado visitando a capital paraense para a realização do evento ambiental. O chefe do Executivo estadual pontua que dois fatores vão marcar o encontro: será o ano de revisão do acordo de Paris, maior tratado internacional sobre mudanças climáticas, e a vez de discutir esse cenário dentro da floresta. “Isso dimensiona ainda mais o protagonismo, interesse e visitação [no Pará]. Qual o legado que podemos deixar? O ambiental, a redução de emissão, novo uso do solo no estado e valorização da floresta”.
Para isso, Helder destaca que quatro frentes de trabalho são fundamentais nesse processo: a resolução dos problemas de lixo em Belém, melhorias no saneamento urbano e abastecimento de água, incremento na mobilidade urbana e a construção de centros de convivência. “Sempre compreendemos que a COP nos impulsiona a uma grande agenda, uma grande oportunidade, mas, acima de tudo, traz para quem mora em Belém. Não adianta a gente poder ter 15 dias de um grande evento e população que vive no dia a dia [na cidade] não pode melhorar a sua qualidade de vida”, acentua Barbalho.
Iniciativa privada
O incremento vindo da iniciativa privada para que Belém fique pronta para receber a COP é ressaltada pelo governador do estado como fundamental. “Principalmente a área de serviços, que serão muito demandas. Estou falando de serviços da rede hoteleira, bares, restaurantes, agências de turismo, motorista de táxi, aplicativo, gente que consiga ter habilidades bilíngues, professores de língua estrangeira terão uma grande demanda. Portanto, são várias alternativas que surgem para geração de emprego e de renda em atividades correlatas às demandas”, conclui.
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