No Brasil, Milei critica governos de esquerda e diz que Bolsonaro é 'perseguido'
Presidente argentino discursou durante evento que contou com a presença de políticos de direita
Pela primeira vez no Brasil desde que foi eleito, o presidente da Argentina, Javier Milei, participou neste domingo (07.07) da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Balneário Camboriú (SC), onde foi recebido com aplausos e gritos de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Em seu discurso, que começou por volta das 17h, ele criticou governos de esqueça e o socialismo e afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também participa do evento, sofre "perseguição no Brasil".
"Olhem o que aconteceu na Venezuela, olha o que aconteceu na Bolívia quando Evo Morales ganhou pela terceira vez, olhem a perseguição que o nosso amigo Bolsonaro sofre aqui no Brasil, e olhem o que está acontecendo na Bolívia, um falso golpe de estado", disse o argentino, a atração mais aguardada da conferência,
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Em seu discurso, Milei agradeceu a todos os presentes por “defenderem a liberdade” e também destacou a situação na Argentina, afirmando que o país passa por "profundas mudanças" e a "luta contra a inflação” em seu governo.
"Estamos levando a cabo não só a luta contra a inflação, mas estamos transformando a economia argentina. E quero dizer que vamos sair da miséria gostem ou não os socialistas, porque a grande maioria dos argentinos escolheu uma mudança profunda de regime que prometemos na campanha, e nós temos o compromisso de cumprir com a maioria, ainda que os beneficiários desse sistema corrupto, parasitário e empobrecedor movam céus e terras para nos boicotar. Não passarão", declarou.
Ao criticar o socialismo e governos de esquerda, Milei falou de países como Venezuela, Cuba e Bolívia e citou nominalmente os governos dos ex-presidentes Nestor Kirchner e Cristina Kirchner na Argentina, de Hugo Chávez e Nicolas Maduro na Venezuela e de Evo Morales na Bolívia. Disse que a “receita da esquerda” é começar um período de bonança inicial com crescimento da economia, mas depois aumentam os gastos públicos para manter sua popularidade subsidiando mais tarifas e ampliando a máquina pública, e depois precisam aumentar os impostos quando as receitas caem.
Apesar de já ter feito críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outras ocasiões, o argentino não citou o nome do petista. Javier Milei disse ainda, em seu discurso, que o socialismo é a "ideologia do ressentimento, da inveja e do ódio. Mas, acima de tudo, o socialismo, a ideia de fracasso", declarou.
"Ninguém sabe mais sobre isso do que nós, os irmãos latino-americanos. Mas esse vento de mudança que começou na Argentina e hoje percorre o mundo chegará a todos os cantos onde os Libertados são reprimidos porque a história do ser humano é a história da liberdade e não há nada nem ninguém que possa detê-lo", acrescentou Milei.