Movimentos de direita e esquerda vão às ruas nesta terça-feira
Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se concentram na Escadinha, às 8h30, enquanto os opositores se reúnem às 8h, no Largo do Redondo. Eles seguem trajetos distintos.
Movimentos políticos de esquerda e de direita vão às ruas nesta terça-feira, 7 de setembro, data em que se comemora a Independência do Brasil, em atos públicos contra e a favor o presidente da República, Jair Bolsonaro. Do lado da situação, a agenda tem o tema “Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”, cujo objetivo é mobilizar o maior número possível de apoiadores, segundo o deputado federal Éder Mauro (PSD), um dos organizadores do evento.
Os bolsonaristas se reunirão em Belém às 8h30, na Escadinha do Cais do Porto, na Estação das Docas, no início da avenida Presidente Vargas, e depois seguirão até as proximidades da Praça da República, na mesma rua, em passeata. Ainda do lado da direita, haverá manifestação religiosa: a Marcha pela Liberdade é organizada pela igreja evangélica Assembleia de Deus e está marcada para as 10h desta terça, no estacionamento do Mangueirão. A coordenação pede para que os manifestantes levem bandeira do Brasil e vistam camisas com as mesmas cores.
Já a oposição do governo Bolsonaro vai realizar um protesto no dia 7 de setembro. Várias entidades políticas e partidos que representam a esquerda no Pará convocaram seus militantes para irem às ruas no chamado “Grito dos Excluídos e Excluídas”, que em sua 27ª edição tem o tema “Vacina no braço, comida no prato”. A concentração será no Largo do Redondo, na esquina da avenida Nazaré com a travessa Quintino Bocaiúva, às 8h, e o público fará um trajeto, em passeata, pelas avenidas Nazaré e Magalhães Barata, encerrando no Mercado de São Brás.
“Estamos com um trajeto oposto para evitar confrontos, porque eles estão com três concentrações: uma na Escadinha, outra no Porto Futuro e uma terceira no Mangueirão. Para nós, essa é uma mobilização que tem significado importante, porque são atos que vão polarizar com a extrema direita e o neofascismo que subiu o tom nas últimas semanas nas ameaças contra as instituições, o STF, o Congresso. Vai ter um caráter muito importante, nacionalmente, por conta dessa disputa e dessa polarização contra o bolsonarismo e a escalada de ameaças golpistas que o presidente está estimulando pelo país”, comenta o coordenador de comunicação social do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (Sindtifes-PA), William Mota. A entidade representa os trabalhadores das quatro universidades federais do Estado: UFPA, Ufra, Ufopa e Unifesspa. Também estão na organização partidos políticos, a sociedade civil e movimentos sindicais e estudantis.
Segurança é garantida
Em nota enviada ao Grupo Liberal, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) informou que foram traçadas estratégias de monitoramento e policiamento para o dia 7 de setembro e que as forças de segurança vão atuar para que não haja o encontro de percurso das duas mobilizações e para que todos exerçam seu direito à liberdade de expressão, sem impedimentos. A reportagem questionou quais seriam essas estratégias e quantos policiais estarão nas ruas, mas não obteve retorno.
Após o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da 2ª Promotoria de Justiça Militar, alertar para a possibilidade de militares do Estado participarem dos atos políticos convocados para o dia 7 de setembro, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros determinaram o emprego do efetivo de folga no serviço de prontidão, no feriado da Independência, a partir das 8h. Existe, por parte da Promotoria de Justiça Militar, preocupação com a participação de militares nas manifestações programadas. Por isso, todos irão trabalhar – quem não estiver escalado ficará no quartel. E a Guarda Municipal de Belém manterá o atendimento ao público pelo telefone 153 para denúncias e atuará com seu efetivo diário nos 37 postos fixos e rondas em toda a capital e distritos.
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