Mães beneficiárias do Bora Belém protestam em frente a Prefeitura contra o fim do benefício
Projeto aprovado pelos vereadores da Câmara Municipal de Belém acaba com o programa; Prefeito pode sancionar ou vetar a matéria

Mães beneficiárias do programa Bora Belém realizaram um protesto, na manhã desta terça-feira (1°) em frente à sede da Prefeitura de Belém, contra o possível fim do benefício. Na última quinta-feira (27), vereadores da Câmara Municipal da capital paraense aprovaram, por maioria de votos, um projeto que revoga o programa de transferência de renda. Agora, a matéria está sob análise do prefeito Igor Normando (MDB), que pode sancionar ou vetar o projeto.
A manifestação busca pressionar Igor para vetar a matéria. O Grupo Liberal pediu um posicionamento da Câmara Municipal sobre o protesto e aguarda retorno. A Prefeitura também foi procurada para informar se algum representante da gestão municipal recebeu os manifestantes e se Igor Normando já decidiu sobre o veto ou sanção da matéria. A reportagem aguarda o retorno da Prefeitura.
Também procurado pelo Grupo Liberal, o vereador Zezinho Lima (PL), autor da matéria que revoga o programa Bora Belém, argumentou que o benefício criado pelo ex-prefeito Edmilson Rodrigues tem cunho eleitoreiro. Ele alega que o programa "beneficia pessoas ligadas à esquerda, familiares de pessoas da esquerda, de secretários e vereadores". O vereador afirma que está fazendo pesquisas e já solicitou à Fundação Papa João XXIII (Funpapa) um levantamento sobre os beneficiários.
Zezinho critica, ainda, o fato de alguns beneficiários receberem duas bolsas: o Bora Belém e o Bolsa Família. Ele disse também que pretende apresentar um projeto indicativo para o Executivo, sugerindo a capacitação das pessoas que recebem o Bora Belém, para elas entrarem no mercado de trabalho, por meio de um termo de cooperação com grandes empresas de Belém, como supermercados e restaurantes, e a concessão de benefício tributário para que essas empresas priorizem a contratação desses beneficiários.
O vereador falou sobre a expectativa de que a matéria seja sancionada pelo prefeito. "Espero que ele seja muito verdadeiro e macho para sancionar, porque é isso que a gente espera da população. Tenho certeza que essas pessoas vão ter mais dignidade quando tiverem suas formações, seus empregos, e não ficarem mais dependendo de bolsa esmola de governo municipal, estadual e federal. Eu acho que é isso que o estado e o país precisa", declarou Zezinho.
O programa “Bora Belém” foi criado em 11 de janeiro de 2021, pelo prefeito Edmilson Rodrigues, a partir da Lei n° 9.665. Através dele, a Prefeitura transfere a famílias de baixa renda valores de R$ 200 a R$ 500, conforme o número de filhos. Em suas redes sociais, o ex-prefeito defendeu o programa, afirmando que, com o fim dele, 18 mil famílias em situação de pobreza extrema, o correspondente a 80 mil pessoas, voltarão à situação de indigência.
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