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Macron anuncia nova cúpula de apoio a Ucrânia; Zelensky pede que UE mantanha pressão sobre Rússia

AFP

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira (20) uma nova cúpula de países aliados da Ucrânia, depois de um chamado do presidente ucraniano à União Europeia (UE) para que mantenha a pressão sobre a Rússia.

Volodimir Zelensky, que falou por videoconferência com uma cúpula de líderes da UE nesta quinta, afirmou que, apesar das declarações do presidente russo Vladimir Putin sobre sua disponibilidade para a paz, "nada mudou".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve esta semana conversas por telefone com Putin e, em seguida, com Zelensky.

Os contatos, no entanto, não tiveram efeito imediato, já que a Rússia voltou a bombardear na noite de quarta-feira as infraestruturas energéticas ucranianas.

Zelensky denunciou aos dirigentes da UE os ataques russos à infraestrutura energética. "Enfrentamos isso todos os dias e todas as noites", lamentou.

"Apesar das palavras de Putin sobre supostamente estar pronto para interromper os ataques, nada mudou", garantiu o chefe de Estado ucraniano em sua mensagem à União Europeia.

Também pediu que o bloco mantenha vigentes suas sanções "até que a Rússia comece a se retirar" do território ucraniano" e "compense pelos danos causados por sua agressão".

Ao término da cúpula, Macron anunciou que Zelensky e os líderes dos países aliados da Ucrânia vão realizar uma cúpula em 27 de março em Paris.

A ideia dessa reunião é fazer avançar os planos para verificar o respeito a uma eventual trégua na guerra entre russos e ucranianos.

O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, disse ao final da reunião que Putin "usa manobras dilatórias para continuar com seus objetivos neoimperialistas".

A Hungria, no entanto, voltou a ser a nota discordante da cúpula desta quinta.

No encontro, 26 países da UE apoiaram um novo pacote de ajuda de 5 bilhões de euros (R$30 bilhões) para a Ucrânia, com exceção da Hungria. A iniciativa foi apresentada pela chefe da diplomacia do bloco, a estoniana Kaja Kallas.

Na rede X, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, até mesmo ameaçou vetar a adesão da Ucrânia à UE antes de consultar a sociedade húngara.

Em relação ao discurso de Zelensky, Orbán foi categórico: "Não diria que ele participou do debate de uma forma amigável."

Essa é a segunda cúpula consecutiva da UE em que a Hungria bloqueia a unanimidade em um texto comum sobre a Ucrânia, já que fez o mesmo na reunião extraordinária de 6 de março.

Diante da oposição de Budapeste, os 26 países restantes emitiram nesta quinta um documento separado das Conclusões para explicitar o apoio à Ucrânia, assim como ocorreu na cúpula anterior.

Durante o dia, a Rússia anunciou que realizará uma nova rodada de conversas com representantes dos Estados Unidos na próxima semana e, pouco depois, a Ucrânia fez o mesmo.

Em Moscou, o porta-voz Dmitry Peskov confirmou que uma equipe russa conversará com enviados americanos na segunda-feira na Arábia Saudita.

Zelensky, por sua vez, anunciou que as delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos também se reunirão na segunda-feira em território saudita.

Segundo o presidente ucraniano, essas reuniões serão separadas dos encontros entre funcionários russos e americanos, que têm como objetivo chegar a um acordo sobre os termos do cessar-fogo nos ataques à infraestrutura energética.

No Reino Unido, os chefes do Estado-Maior de cerca de 30 países se reuniram nesta quinta-feira para discutir como manter a paz caso haja um acordo de trégua entre russos e ucranianos.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que organizou a cúpula militar, está trabalhando com o presidente francês, Emmanuel Macron, para construir a chamada "coalizão de voluntários".

Segundo Starmer, esses planos "estão tomando forma" e o objetivo é tornar realidade a "intenção política" de garantir a segurança da Ucrânia caso haja um cessar-fogo.

De acordo com o governo britânico, um "número significativo" de países está disposto a fazer o mesmo, mas ainda não foram fornecidos dados concretos.

No terreno, a violência não para. A Força Aérea da Ucrânia disse nesta quinta-feira que a Rússia lançou 171 drones em todo o seu território durante a noite de quarta, e que duas pessoas morreram.

A Rússia disse que suas unidades de defesa aérea derrubaram 132 drones ucranianos em várias regiões de todo o país.

bur-ahg/mas/ic/aa/am/rpr

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