Lula volta a divulgar versão enganosa sobre bolinha de papel em ataque a José Serra em 2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiu a versão enganosa de que o ex-senador José Serra (PSDB) foi atingido por uma "bolinha de papel" em ataque que sofreu durante a campanha à Presidência nas eleições de 2010. O tema foi o primeiro destacada por Lula no discurso em evento de inauguração do novo câmpus da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos dos Goytacazes (RJ), nesta segunda-feira, 14.
"O Sandrão é hoje presidente da CUT. Ele foi muito conhecido no Brasil. Esses companheiros ficaram famosos de perseguir a candidatura do Serra. Depois, eles jogaram uma bola de papel que inventaram que era pedra. Inventaram que era uma pedra e esses companheiros foram perseguidos durante muito tempo na questão da profissão deles", afirmou Lula, referindo-se ao presidente da Central Única dos trabalhadores (CUT) no Rio, Sandro Cezar, envolvido na confusão na qual Serra foi atingido na campanha.
O episódio em questão foi uma briga ocorrida no calçadão de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, durante uma campanha de José Serra, em outubro de 2010. Sandro Cezar era um dos integrantes do grupo de trabalhadores de combate a endemias que protestava contra o então candidato à Presidência. O episódio terminou em briga generalizada.
As primeiras imagens da época mostraram apenas uma bolinha de papel atingindo o candidato tucano. Contudo, imagens posteriores feitas por apoiadores de Serra presentes no evento exibiram que objetos como pedras e mastros de bandeira foram arremessados na direção do ex-ministro da Saúde, que chegou a passar por exames médicos.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que disputava pela primeira vez a Presidência, lamentou o episódio, no dia seguinte.
Nos dias seguintes ao tumulto, Lula e Serra trocaram acusações. O presidente cobrou de Serra desculpas ao povo brasileiro e chegou a comparar o episódio ao do goleiro Rojas, da seleção do Chile, que fingiu ter sido atingido por um rojão no gramado do Maracanã, em jogo contra o Brasil. Em resposta, Serra afirmou ter sido atingido, de fato, por outros objetos. Além disso, retrucou que, se alguém devia desculpas, era Lula, por ter qualificado o episódio como uma farsa e por incentivar a violência.
O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o ministro Celso de Mello determinou o arquivamento de interpelação feita pelo médico Jacob Kligerman contra o presidente Lula.
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